Prefeitura apresenta Plano de Mobilidade Urbana com mais de 180 projetos para os cinco distritos de Petrópolis
Com mais de 180 projetos para os cinco distritos do município, o Plano de Mobilidade Urbana, estabelecido por decreto em Petrópolis, apresenta soluções variadas para o alto número de veículos que circulam nas vias – um para cada dois habitantes. Único da Região Serrana a entregar o documento, uma exigência do governo federal para o recebimento de recursos da União, a cidade passa a fazer parte do pequeno grupo (6%) de municípios que contam com o PlanMob. O documento traz um extenso levantamento e mostra um plano de ações para curto, médio e longo prazo.
O plano de ação do PlanMob contempla 25 obras de infraestrutura viária; 7 voltada à segurança viária; 12 em fiscalização; 33 para sistema de transporte público de passageiros; 10 no transporte de cargas; 8 adequações e/implementação de legislações, entre outras propostas. Entre os projetos a curto prazo, o chamado ‘Zona 30’ é um dos previstos para ser efetivado nos próximos meses. Ele consiste na mudança da velocidade no Centro Histórico para 30 Km/h, contemplando toda a área tombada, as escolas, clínicas médicas e, claro, o número de pedestres que utilizam o centro – considerando que 192.013 pessoas, ou 62,8% da população vive nesta área. A redução da velocidade média dá à população mais segurança.
Os projetos
Dentro do Plano, sete só voltado ao transporte ativo, como as bicicletas, por exemplo. O PlanMob contempla, logo após a implementação da Zona 30, uma ciclorrota na região central da cidade. Trata-se da indicação dos melhores caminhos para se trafegar com bike nas ruas da cidade. A sinalização atua tanto para indicar aos ciclistas quais as melhores ruas para se utilizar, quanto para torná-las mais seguras, diminuindo a velocidade dos automóveis e estimulando o compartilhamento de vias.
“O PlanMob contempla não apenas ações de grande impacto com obras de infraestrutura, mas corrige antigos problemas como a falta de compartilhamento de vias e contempla a acessibilidade universal, o desenvolvimento sustentável, a eficiência e a efetividade na prestação dos serviços de transporte público, a gestão democrática, a segurança no deslocamento das pessoas e a equidade no uso das vias. E, o que observamos é que existem medidas menos complexas que podem ser tomadas e que trarão excelentes resultados para a cidade”, explica o diretor-presidente da CPTrans, Jairo Cunha.
Paulo Barbosa
Um dos projetos que também estão no cronograma de curto prazo é a requalificação da Paulo Barbosa. Os principais objetivos são o alargamento e melhorias de calçadas, acessibilidade e segurança viária. Um levantamento realizado pela CPTrans para a o Plano, demonstra que aproximadamente 2 mil veículos passam pela rua em horários de pico e são cerca de 8 mil pedestres que caminham na região em um período de seis horas.
Alto da Serra
Uma nova configuração viária está sendo planejada para o Alto do Serra. Entre os projetos de curto prazo, a otimização do transporte na área é uma das que irão gerar reflexos positivos em diversos outros pontos da cidade. Na região, será criado um ponto de transferência, onde as linhas bairro x Centro farão a integração com a linha troncal. Segundo a prefeitura, na prática, significa dizer que serão 27 linhas de ônibus impactadas com viagens mais rápidas e com menos ônibus presos em engarrafamentos. Pelo PlanMob, o local vai ganhar, ainda, faixa exclusiva para ônibus táxi e vans escolares, novos abrigos, além da reconfiguração viária.
União e Indústria
Com as obras da União e Indústria, que terá o edital publicado no próximo dia 30, o município terá papel fundamental fazendo os apontamentos para os ajustes de geometria da via, durante sua execução. Em todo o seu trecho, o Plano de Mobilidade já prevê intervenções no Carangola (redução do canteiro central, alargamento de um trecho da via, criação de faixa de acúmulo), Corrêas (revitalização a adaptação do trecho próximo à ponte), Nogueira (adequação e melhorias nos acessos do bairro, especialmente nos retornos utilizados), e Itaipava (adequação da área com foco no transporte público).
Em Itaipava, dentro dos projetos de curto, médio e longo prazo estão alargamento da ponte do Trevo de Bonsucesso, melhoria no acesso da ponte do Arranha Céu, nova alça de acesso no sentido Juiz de Fora para o Catobira, readequação do trecho da ponte que dá acesso ao Manga Larga e Estrada das Arcas, revitalização da calçada, ampliação da via, revitalização do Terminal Itaipava e adequação da Agante Moço, sendo utilizada como um dos acessos principais no distrito.
“O Plano engloba os próximos 10 anos, mas ele deverá ser revisto a cada dois anos. No próprio plano de ação já contemplamos algumas configurações que precisarão ser mexidas, como o crescimento da União e Indústria, a área de Corrêas, por exemplo. O PlanMob prevê o crescimento no número de empreendimento e, consequentemente, deverão ser adequados à nova realidade”, explica o diretor técnico e operacional da CPTrans, Luciano Moreira, que encabeçou a confecção do plano.
Configura alguns dos principais projetos a curto prazo
– Adequação dos modais intermunicipais a nova características de Região Metropolitana.
– Implementação de ciclorrotas na zona central da cidade.
– Fornecimento de adesivos diferenciados para portadores de deficiência auditiva e deficiência física para colocação em veículos.
– Regulamentar horários e locais específicos para o transporte de carga nas áreas mais movimentadas do município.
– Regulamentar o serviço de veículos a frete.
Médio prazo
– Instalação de novos modelos de abrigos de ônibus, que contarão com mais informações aos usuários e, em alguns casos, com espaços uteis que podem servir para comércio, controle operacional, entre outros.
– Buscar parcerias para sistema de bicicletas compartilhadas, com ou sem estações.
– Execução de medidas mitigadoras no entorno de empreendimento já estabelecido ou em fase final de construção ao longo da União e Indústria e áreas de entorno.
– Garantir transparência do sistema de transporte, apresentando com periodicidade inferior a anual, mas ainda a ser estipulada por portaria própria, as receitas, custos, demandas e ofertas do sistema de transporte público.
– Participar ativamente na nova concessão da BR-040, tendo como diretrizes garantir a segurança dos usuários de forma sistemática na rodovia; estabelecer melhorias viárias para a região compensando a falta de resultados da última concessão; garantir divisão justa do ISS, visto que o primeiro trecho de Caxias não paga pedágio; solicitar que a base de operações e sede física da empresa seja instalada nos limites de Petrópolis, maior detentor do trecho da rodovia; Repensar a localização das praças de pedágio que estrangulam a cidade e impedem o crescimento econômico em áreas como o varejo; Caso ainda pertinente e garantir que as obras considerem os acessos da cidade, como Duarte da Silveira.
Longo prazo
– Duplicação da General Rondon.
– Execução da rotatória das Duas Pontes.
– Instalação de pontos de carga para veículos elétricos – atualmente, Petrópolis tem 21 veículos estritamente elétricos e a tendência é aumentar ao longo dos anos.
– Criação de ciclovias como a da Orla da Piabanha ao longo da Barão do Rio Branco.
– Estabelecer política tarifária específica que considere avaliar tarifas com preços diferentes entre si, especialmente considerando soluções de cunho operacional, como valores diferenciados em horários diferenciados.