Prefeitura empurra responsabilidade pelos ônibus para o judiciário
Nas últimas audiências na justiça sobre a crise no transporte público, a prefeitura dá sinais claros de que não vai resolver o problema, que é dela. Pelas falas e posturas, a gestão Bomtempo tenta empurrar para o judiciário uma definição sobre a operação da Cascatinha e Petro Ita. Os representantes da gestão nas audiências, Thiago Damaceno, presidente da CPTrans e Miguel Barreto, procurador do município, falam apenas das multas e ofícios às empresas. A prefeitura age apenas como mera espectadora esperando que alguém faça alguma coisa. Se, por exemplo, no caso da Cascatinha, dos 27 veículos da empresa apenas três foram aprovados, o que a CPTrans, que gere o sistema, pode fazer? Se o serviço é uma concessão, a prefeitura pode e deve intervir para garantir a oferta que é uma responsabilidade dela.
Tic-tac, tic-tac
A CPTrans tem até às 10h de hoje para apresentar relatórios sobre as vistorias feitas nos ônibus da Cascatinha. Trocando em miúdos, o juiz da 4ª Vara Cível, Jorge Martins, não quer receber apenas dados do que foi vistoriado e, sim, saber o que foi providenciado na prática, ou seja, as soluções. Por exemplo: se um veículo x foi reprovado na vistoria, o que a CPTrans apontou à empresa e o que a Cascatinha, então, providenciou? Como a gente supõe, não providenciaram nada e continuaram a expor os usuários ao risco. Esse documento só vai colocar isso preto no branco.
Acabou com o feriadão
E o juiz acabou com o feriadão de Carnaval antecipado para o pessoal da CPTrans que estava hoje de ponto facultativo, assim como demais servidores, decreto do prefeito Bomtempo. Isso porque se os documentos não estiverem sobre a mesa do juiz até às 10h de hoje, a CPTrans será multada em R$ 200 mil; o presidente da companhia, Thiago Damaceno, em R$ 40 mil e o chefe da divisão de transportes da CPTrans, Alexandre Eduardo de Lima, em R$ 20 mil.
Contagem
E Petrópolis está há 274 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.
Viagem no tempo
Em nota oficial emitida no dia 07, quarta-feira, a prefeitura anunciava que iria decretar ponto facultativo hoje (antecipando a folga de Carnaval para os servidores), segunda e quarta. Eis que o decreto do prefeito saiu publicado no Diário Oficial do dia 02… Ué? Mas se ainda ia decretar… Alguma coisa de errado não está certa.
Pega o flit!
Todo mundo notou que tem uma galera já se manifestando sobre a quantidade de mosquitos em todas as partes da cidade? Tá feia a coisa mesmo. Tá valendo inseticida e muitas receitas caseiras para combater a mosquitada.
Cuida disso, gente!
Tem uma questão social que a prefeitura precisa olha com carinho. Nos locais onde tem coleta de reciclados, vem uma equipe da Comdep recolhendo o lixo ensacado e colocando nas ruas principais onde vai passar o caminhão. Ocorre que antes disso passam várias pessoas, algumas a pé e outras de carro, recolhendo latinhas e outros tipos de lixo que rendem uma grana, pouca, inclusive. Quando o caminhão chega, o lixo tá todo revirado. Visivelmente há pessoas necessitadas fazendo essa coleta antecipada e outras, não, como as que fazem isso de carro.
Folga total
Assim como fez o prefeito Bomtempo com o funcionalismo municipal, o presidente da Câmara, Junior Coruja, decretou ponto facultativo hoje para os servidores do legislativo que só voltam ao trabalho na quinta.
Vergonha alheia
Foi só o governador Cláudio Castro anunciar que abrirá chamamento público para 224 unidades em Benfica (84) e Mosela (140) que o prefeito Bomtempo também anunciou que abrirá procedimento para 170 casas na Estrada da Saudade. Somando tudo dá 394 unidades que atendem a 0,56% de 70.070 pessoas que residem em área de risco hoje na cidade. Esses terrenos do Estado são ventilados desde 2011 e as casas na Estrada da Saudade foram anunciadas por Bomtempo em 2013. É tão pouca produção habitacional e tanta espera que eles nem deviam anunciar de vergonha.
É demais da conta
E a Câmara de Vereadores votou ontem indicação para que os terceirizados da Educação sejam mantidos mesmo quando a empresa for trocada. É a instituição da estabilidade de emprego, que somente o servidor público tem, na iniciativa privada. Além de não ter concurso ainda vai manter os empregos muitas das vezes conquistados por indicações. Cabuloso.
Contatos com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br