Previsão do Focus para IPCA 2024 passa de 3,81% para 3,82%; 2025 passa de 3,50% para 3,51%

15/fev 09:00
Por Eduardo Rodrigues / Estadão

As expectativas para a inflação deste e do próximo ano oscilaram para cima no Relatório de Mercado Focus divulgado nesta quinta-feira, 15. A projeção de 2024 passou de 3,81% para 3,82%. Um mês antes, a mediana era de 3,87%.

Para 2025, que também está no foco da política monetária, agora já em maior grau que 2024, a projeção passou de 3,50% para 3,51%, após 28 semanas de estabilidade.

Considerando as 74 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2024 passou de 3,76% para 3,79%. Para 2025, a projeção passou de 3,50% para 3,53%, considerando 71 atualizações no período.

Para 2026, a projeção continuou em 3,50% pela 32ª semana consecutiva – seguindo a reancoragem apenas parcial destacada pelo BC após a manutenção da meta de inflação em 3,0% para este e os próximos anos. No horizonte mais longo, de 2027, a estimativa seguiu em 3,50%, como também está há 32 semanas.

As estimativas do Relatório de Mercado Focus continuam acima do centro da meta para a inflação, de 3,00%. O IPCA de 2023 ficou em 4,62%, abaixo do teto da meta (4,75%, para um centro de 3,25% no ano passado), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022.

O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou no fim de janeiro projeção de 3,5% para o IPCA de 2024, igual à da reunião anterior, de dezembro. Para 2025, também seguiu em 3,2%. O colegiado reduziu a Selic pela quinta vez consecutiva em 0,50 pp, para 11,25% ao ano.

Curto prazo

Os economistas revisaram as expectativas de inflação de curto prazo no Relatório de Mercado Focus. A mediana para fevereiro de 2024 passou de 0,69% para 0,70%. Há um mês, a expectativa era de 0,65%. Para o IPCA de março, a estimativa passou de 0,28% para 0,27%, de 0,31% um mês antes. Já para abril, a previsão para o indicador seguiu em 0,38%, mesmo nível de quatro semanas atrás.

Projeção suavizada

Os economistas do mercado financeiro reduziram levemente a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses, de 3,82% para 3,77%, de 3,87% há um mês.

Em junho do ano passado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iria editar decreto estabelecendo uma meta contínua de inflação a partir de 2025, em substituição à atual meta-calendário.

No dia 20 de outubro, porém, Haddad confirmou que não havia previsão para publicar o decreto que regulamenta a meta de inflação contínua. “Até aqui, não (há previsão de publicar o decreto). Consultas estão sendo feitas pela Secretaria de Política Econômica da Fazenda. Mas nós temos tempo, e provavelmente até o final do ano nós vamos ter notícias”, disse o ministro, em São Paulo.

Como mostrou o Estadão/Broadcast no mês passado, com a chegada de mais diretores do Banco Central indicados por Lula, o decreto da meta de inflação deve ser finalmente publicado. O governo enxergava o período até o fim do recesso do Legislativo como uma “boa janela”. “O documento já está esboçado. É apenas uma questão de timing e, até a volta do Congresso, pode ser um bom momento”, comentou uma fonte.

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