Problemas na estrutura dos cinemas da cidade afastam público

28/12/2018 16:57

Com crianças e adolescentes em casa, durante as férias escolares, a palavra de ordem é entreter a turma com programações culturais. No roteiro das famílias, não faltam as sessões de cinema, acompanhadas por pipoca e refrigerante. Seria uma programação divertida e agradável se a estrutura dos cinemas da cidade estivessem a altura do desejo do público. 

Nem mesmo os declarados cinéfilos conseguem esconder o descontentamento. Apesar do hábito de frequentar as salas de cinema, eles são categóricos em afirmar que a falta de qualidade afasta o público. “Em Petrópolis, apesar do baixo custo, o serviço não é, na maioria das vezes, satisfatório. Então, as pessoas tendem a fazer outra coisa mais interessante, ou vão para outra cidade assistir ao filme. É comum porque sabem que os cinemas da cidade tem qualidade duvidosa. Quando falo de qualidade duvidosa falo em qualidade das salas, atendimento, opções de pagamento, opções de filmes dublados e legendados. A pessoa quer ir ao cinema, comer pipoca e se divertir. Eu já passei por péssimas experiências nos cinemas daqui. E tenho certeza que não fui o único. Isso afugenta o cliente”, opina o crítico de cinema, João Paulo Soares, do blog Papo com João. Para ele, os cinemas petropolitanos precisam se atualizar e oferecer novidades ao consumidor.

O Técnico de Informações, Tiago Vogel, também é um fã de cinema. Para ele, as salas de cinema vazias é resultado do pouco investimento no setor. “Tenho visto alguns grandes lançamentos com salas com ocupação mediana, e outras com ocupação máximo, vai de título para título, mas isso reflete o pouco investimento no setor, principalmente aqui na cidade. Na última vez que fui ao mercado Estação não tinha nem a opção de pagamento pelo cartão de crédito. Isso é o de menos quando comparamos a qualidade dos cinemas das grandes cidades que possuem uma qualidade muito superior e acabam atraindo mais pessoas”, comentou. 

A observação do público foi constatada pela Rede Cinemaxx que registrou, em novembro, um dos piores resultados dos últimos 15 anos. Outro sinal de que o setor anda amargando resultados ruins foi o fechamento do Cinema Bauhaus, depois de 26 anos de funcionamento. “Foi um ano com recordes de bilheteria mundo afora, inclusive no Brasil. Nota-se então, que os filmes não são o problema, mas os cinemas, e aí que chegamos no problema de Petrópolis. A experiência de um bom cinema pode até compensar um filme ruim. Mas um filme bom, não compensa um cinema ruim”, salienta João Pedro Soares.

A rede Cinemaxx lamentou o fechamento do Cine Bauhaus e, em nota enviada por sua assessoria, alegou que os cidadãos não prestigiam os cinemas locais se deslocando para outras cidades não entendendo a importância de cada bilhete vendido para a manutenção de empregos, geração de impostos para Petrópolis e a continuidade dos cinemas na cidade.

Sobre a qualidade da imagem das exibições, a rede ponderou dizendo que alguns aspectos precisam ser levados em consideração: “muitos filmes veiculados ao longo de 2018 possuem identidade visual/edição puxando para o mundo dark, na prática, os filmes em si possuem menos brilho e mais foco em cenas fechadas. No que diz respeito ao equipamento propriamente dito, a Rede Cinemaxx usa em Petrópolis projetores DP2K-10S Barco e ressalta que foi realizada manutenção preventiva no mês de dezembro corrente”.

Quanto à estrutura do cinema do Alto da Serra, o Cinemaxx disse que um projeto de reforma e melhorias nesse sentido está em negociação entre a rede e a administração do Hipershopping ABC. Apesar do resultado negativo das bilheterias, Gefferson Borges, membro da equipe da Rede Cinemaxx, acredita que o próximo ano pode ser melhor. “Apesar do fraco desempenho das bilheterias neste final de ano, 2019 promete grandes lançamentos durante as férias escolares, em janeiro. Teremos lançamentos para todos os gostos e públicos”, ressaltou.

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