Processo de restauração do Traje Majestático de D. Pedro II é aberto ao público; saiba mais

Por Aghata Paredes

Desde abril, os visitantes do Museu Imperial, em Petrópolis, estão tendo a oportunidade de acompanhar de perto o processo de restauração do Traje Majestático do imperador D. Pedro II. Esta atividade, realizada pelo Núcleo de Acervo Museológico, ocorre durante o horário de visitação no Pavilhão das Viaturas, onde foi criado o Espaço Restauro. O trabalho técnico é conduzido de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h30, permitindo que o público observe todas as etapas da restauração.

A iniciativa, financiada pelo Governo Federal e executada pela empresa Eliane Zanatta com o apoio da Sociedade de Amigos do Museu Imperial, visa não só a preservação de um importante artefato histórico, mas também a educação do público sobre os processos de conservação em museus. “Atualmente, os museus estão tentando cada vez mais mostrar ao público como é realizado o trabalho nestas instituições, não apenas as exposições, mas os bastidores”, explica a museóloga Ana Luísa Camargo.

O Traje Majestático, utilizado por D. Pedro II em sua coroação e em solenidades de abertura e encerramento das sessões do Parlamento Brasileiro, é um conjunto delicado composto de materiais nobres como veludo, seda, fios de ouro, e adornado com insígnias de ouro e pedras preciosas. “O objetivo principal é estabilizar o estado de degradação, reforçando a parte estrutural, bem como manter a estabilidade histórica e estética. O traje inclui peças diversas, como o manto, manípulos do punho, murça de papo de tucano, sapatos e luvas, cada uma exigindo cuidados específicos”, explica a museóloga Aline Maller Ribeiro.

O Espaço Restauro, localizado no Pavilhão das Viaturas, foi escolhido por já ter sido utilizado para a restauração da berlinda de aparato do Imperador. “Este local permite uma visualização próxima e detalhada do processo pelos visitantes, o que tem sido recebido com grande entusiasmo, especialmente por grupos escolares que visitam o museu”, destaca Ana Luísa Camargo. A riqueza dos materiais e a técnica de manufatura, como bordados a fio de ouro, seda e veludo, são alguns dos aspectos que os visitantes podem aprender durante a observação do processo.

Além de preservar a integridade física do traje, a restauração também tem o objetivo de educar o público sobre a importância da conservação dos bens culturais. “Quando um museu mostra não apenas as exposições, mas os bastidores, o grande público, na maioria das vezes, entende muito mais o que é um museu, a sua história e de que forma devemos preservar sua memória”, comenta a museóloga.

O processo de restauração do Traje Majestático revela curiosidades interessantes sobre sua fabricação e uso. Inspirado nos trajes do século XVII, particularmente no estilo de Carlos II da Inglaterra, o traje de D. Pedro II é adornado com bordados de folhas e frutos de carvalho, semelhante ao manto de seu avô, Francisco I da Áustria. Os materiais utilizados são de altíssima qualidade, destacando-se o veludo verde, lhama dourada, bordados a ouro, e elementos típicos brasileiros como penas de tucano.

Segundo a equipe do Museu Imperial, a resposta do público tem sido extremamente positiva. Desde o início da possibilidade de acompanhamento, iniciada em abril, centenas de pessoas já tiveram a oportunidade de assistir ao processo de restauro, e a expectativa é que o público permaneça enriquecendo sua compreensão sobre a importância da preservação do patrimônio cultural.

O Museu Imperial está localizado à Rua da Imperatriz, nº 220 – Centro. O trabalho técnico, realizado por uma empresa especializada contratada pelo Governo Federal, é conduzido de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h30. Para mais informações, acesse o site https://museuimperial.museus.gov.br/ ou visite o perfil da instituição museológica nas redes sociais: Museu Imperial (@museu.imperial) •

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