Procura-se alguém de ficha limpa

18/03/2017 10:10

Poderá ser difícil pretensão mas não impossível, contanto que não se pretenda realizar um milagre e procurar nos três poderes em Brasília. Afinal, caráter, postura, honra e dignidade ninguém consegue comprar em supermercado e menos ainda em lojas finas de departamentos, na esperança de encontrar alguma embalagem com validade ainda não vencida.

Não estou fazendo elucubrações, mas a pura realidade dos fatos, dentro da concepção visionária de nossos políticos, mesmo que habitem em Brasília, a eterna Ilha da Fantasia onde até a fisionomia de seus integrantes são assustadoras. Aliás, minha avó italiana sempre dizia, repetindo a sabedoria dos antigos – “quando Deus marcou, algum defeito achou” –  e como tem “scarfaces” espalhadas por aí – em todos os sentidos. Aliás, ninguém explica que, entre tantos suspeitos e acusados, sejam todos auto inocentados mesmo considerando a fortuna amealhada dentro dos respectivos cargos – mas a justiça realmente é cega e protecionista.

Assim, só permite que se investigue políticos em prazo limitado, para poder garantir-lhes validade, o que chega a ser puro deboche sobre o cidadão comum, mas é o maldito código penal caduco, por conveniência, para pôr a salvo tantos marginais de colarinho branco.

Há mais de 50 anos, ouvi de um amigo, a frase que me marcou profundamente, diante do drama que ele passava: – “Há momentos em que temos que nos portar como “homens” para não nos transformarmos em “ratos” para o resto da vida”. E qualquer semelhança não será mera coincidência, mas uma realidade cabal, mesmo considerando que, quando um presidente, aposentado aos 37 anos, classificou de “vagabundos” os aposentados antes dos 50 anos e ter sido socorrido por seu amigo, filósofo José Arthur Giannotti, proferindo esta aberração – “moral de político é diferente”. Por isto, também escrevi na ocasião que ele, por ser filósofo e não filólogo não tinha autoridade para mudar o significado da palavra – moral se tem ou não se tem e ponto final.

Assim, temos que nos conformar em continuar procurando alguém de caráter se não estivermos presenciando “a queda de Brasília” mas a “salvação da quadrilha”, para tristeza do país restando questionar “por que existem tantos ratos no submundo dos porões de Brasília?” – jrobertogullino@gmail.com


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