Projeção de IPCA 2024 sobe de 3,72% a 3,76%, aponta Focus

13/maio 08:54
Por Fernanda Trisotto / Estadão

A expectativa para a inflação deste ano foi revisada no Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 13. A projeção de 2024 passou de 3,72% para 3,76%. Um mês antes, a mediana era de 3,71%. Para 2025, foco principal da política monetária, a projeção passou de 3,64% para 3,66%, ante 3,56% de um mês atrás.

Considerando as 68 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2024 passou de 3,71% para 3,74%. Para 2025, a expectativa foi de 3,65% para 3,75%, considerando 67 atualizações no período.

Para 2026, a projeção continuou em 3,50% pela 45ª semana consecutiva – seguindo a reancoragem apenas parcial destacada pelo BC após a manutenção da meta de inflação em 3,0% para este e os próximos anos. No horizonte mais longo, de 2027, a estimativa seguiu em 3,50%, como também está há 45 semanas.

As estimativas do Relatório de Mercado Focus continuam acima do centro da meta para a inflação, de 3,00%. O IPCA de 2023 ficou em 4,62%, abaixo do teto da meta (4,75%, para um centro de 3,25% no ano passado), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022.

O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou em maio projeção de 3,8% para o IPCA de 2024, depois de o indicador ter ficado em 3,5% nas reuniões anteriores, de dezembro, janeiro e março. Para 2025, a projeção também subiu, para 3,3%.

Projeção suavizada

Os economistas do mercado financeiro mantiveram a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses no Relatório de Mercado Focus desta semana em 3,60%, de 3,53% há um mês. Essa medida ganha importância no contexto da meta de inflação contínua a ser perseguida pelo Banco Central, em substituição a de ano calendário. O centro da meta é 3% em 2024, 2025 e 2026.

Em junho do ano passado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iria editar decreto estabelecendo uma meta contínua de inflação a partir de 2025, em substituição à meta-calendário vigente hoje.

Em entrevista exclusiva ao Estadão/Broadcast, em maio de 2024, Haddad foi questionado sobre o decreto, mas respondeu que “não necessariamente” o ato será publicado antes de junho. Isso forçaria o CMN a definir a meta “como sempre definiu” na reunião do próximo mês: com a definição para 2027.

Curto prazo

Os economistas revisaram as expectativas de inflação de curto prazo no Relatório de Mercado Focus. A mediana para maio de 2024 passou de 0,29% para 0,30%. Há um mês, a expectativa era de 0,24%. Para o IPCA de junho, a estimativa seguiu em 0,17%, de 0,18% um mês antes. Já para julho, a previsão para o indicador permaneceu em 0,15%, de 0,16% um mês antes.

Últimas