Projeção fotográfica de J.R.Ripper debate arte, memória e política no CDDH

28/05/2019 09:34

Nesta quarta-feira (29) acontece no Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH), uma projeção das fotografias de João Roberto Ripper. O fotógrafo tem exposto seu trabalho em diversas cidades brasileiras, como Rio de janerio, Belo Horizonte, Curitiba e, agora, é a vez de Petrópolis. Seu acervo tem mais de 50 anos de trabalho, retratando povos indígenas, trabalho escravo e a vida no semiárido, e será doado à Biblioteca Nacional. A projeção fotográfica acontece a partir das 18h e a entrada é gratuita.

Veja também: Campanha de financiamento coletivo busca recursos para acervo fotográfico de J. Ripper

O evento vai trazer uma mostra fotográfica comentada por Ripper e depois um debate sobre arte, memória e política. A programação contará com a participação da historiadora Rafane Paixão, que fez parte da Comissão Municipal da Verdade de Petrópolis.

O fotógrafo, que já passou pelas redações dos jornais O Globo, Última Hora e Luta Democrática, é um dos maiores fotodocumentaristas do Brasil. Ripper tem retratado, ao longo das últimas décadas, a realidade nua e crua do país, mostrando um lado da história que muitas vezes não é visto. Suas fotografias registram a vida no semiárido, moradores de favela, povos indígenas; documentam as lutas no campo e denunciam situações de trabalho escravo no interior do país.

“Eu troquei a pena que eu já tive por admiração. A pena te deixa inerte. A admiração te leva a empurrar as pessoas para mil saídas para ajudar a transformar a realidade em que vivem. Por isso, eu não sou imparcial. Não acredito em outra forma de documentar que ajudar a melhorar a realidade”, disse.

O evento também vai explicar o projeto de doação de seu acervo para a Biblioteca Nacional e para as entidades e organizações que lutam pelos direitos humanos. 

Campanha de financiamento coletivo busca recursos para doar acervo digital

Para fazer a doação do acervo digital, o fotógrafo está buscando recursos financeiros por meio de uma campanha de financiamento coletivo: o Bem Querer o Brasil. Os recursos serão usados para organização e catalogação da parte digital do acervo, que corresponde aos últimos 15 anos de trabalho. 

A campanha é feita por meio do site “Benfeitoria” e tem o prazo de dois meses para atingir a meta de R$ 35 mil. Há como contribuir com valores que vão desde R$ 15 até R$ 5 mil. Cada apoiador recebe uma recompensa de acordo com o valor contribuído, como cartões postais, fotografias e uma  vaga no workshop de Ripper.

Nesse modelo de financiamento, o projeto só recebe o dinheiro se a campanha atingir a meta estabelecida – assim como os colaboradores só recebem as recompensas se o alvo for atingido.

Interessados em colaborar podem acessar o site benfeitoria.com/bemquererobrasil. Quem quiser conhecer mais do acervo de João R. Ripper, acesse o site imagenshumanas.photoshelter.com.


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