Projeção para IPCA 2021 no cenário básico está em 5,8%, projeta BC no RTI

24/06/2021 09:02
Por Fabrício de Castro e Lorenna Rodrigues / Estadão

O Banco Central (BC) manteve sua estimativa de inflação para 2021 no cenário básico, que utiliza juros conforme o Relatório de Mercado Focus e câmbio atualizado de acordo com a Paridade do Poder de Compra (PPC). Segundo o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado nesta quinta-feira, 24, este cenário indica um IPCA de 5,8% para este ano. O porcentual é o mesmo que constou na ata e no comunicado do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Para 2022, o cenário básico indica que o IPCA ficará em 3,5%, também igual à ata e ao comunicado. A projeção para o IPCA de 2023, pelo cenário básico, é de 3,3%.

Para 2021, a meta de inflação perseguida pelo BC é de 3,75%, com margem de 1,5 (taxa de 2,25% a 5,25%). Para 2022, a meta é de 3,50%, com margem de 1,5 (taxa de 2,00 a 5,00%). No caso de 2023, a meta é de 3,25%, com margem de 1,5 (taxa de 1,75% a 4,75).

O RTI também traz projeções de inflação de curto prazo, que abarcam os meses de junho, julho e agosto de 2021. A previsão do BC para o IPCA para junho é de alta de 0,62%. Já a projeção para julho é de aumento de 0,39% e, para agosto, de 0,26%.

No Focus mais recente, divulgado na última segunda-feira, as projeções do mercado financeiro para o IPCA eram de 0,57% em junho, 0,40% em julho e 0,25% em agosto.

Commodities

O Banco Central repetiu nesta quinta, por meio do RTI) que uma reversão, ainda que parcial, da alta recente nos preços das commodities internacionais em moeda local “produziria inflação baixo do cenário básico”.

Nos últimos meses, o BC vem destacando que, a despeito do aumento das vendas de commodities para países como China e Estados Unidos, o Brasil não passou por um processo de valorização de sua moeda – o que era de se esperar. Apenas mais recentemente o dólar perdeu valor ante o real.

A possibilidade de reversão na alta dos preços das commodities é um dos fatores de risco no cenário básico do Copom para a política monetária. Conforme a instituição, este cenário possui fatores de risco em ambas as direções.

Além do risco desinflacionário, representado pela reversão nos aumentos das commodities, existe o risco inflacionário. “Novos prolongamentos das políticas fiscais de resposta à pandemia que pressionem a demanda agregada e piorem a trajetória fiscal podem elevar os prêmios de risco do País”, registrou o BC no RTI.

“Apesar da melhora recente nos indicadores de sustentabilidade da dívida pública, o risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos, ou seja, com trajetórias para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária.”

Teto da meta

A probabilidade de a inflação de 2021 ficar acima do teto da meta, de 5,25%, está em 74%. O cálculo tem como base a Selic variando conforme o Relatório de Mercado Focus e o câmbio atualizado com base na Paridade do Poder de Compra (PPC). Já a probabilidade de a inflação ficar abaixo do piso da meta em 2021, de 2,25%, é de 0%.

No caso de 2022, a probabilidade de estouro do teto de 5,00% da meta ficou em 14%, mesmo porcentual de possibilidade de rompimento do piso de 2,00% da meta.

Para 2023, a probabilidade de estouro do teto de 4,75% da meta é de 15%. Já a possibilidade de estourar o piso de 1,75% da meta é de 13%. Os cálculos constam no RTI agora divulgado.

Para 2021, a meta de inflação perseguida pelo BC é de 3,75%, com margem de 1,5 (taxa de 2,25% a 5,25%). Para 2022, a meta é de 3,50%, com margem de 1,5 (taxa de 2,00 a 5,00%). No caso de 2023, a meta é de 3,25%, com margem de 1,5 (taxa de 1,75% a 4,75).

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