Projeto busca reduzir mortes de motofretistas

07/07/2016 09:15

Foto: Marco Oddone/ Tribuna de Petrópolis

Atendendo aos pedidos dos motofretistas da cidade, a CPTrans, Companhia Petropolitana de Transportes, vai iniciar no dia 12 de julho o cadastro dos motofretistas. A intenção é a de diferenciar os trabalhadores dos motoristas piratas, garantir que as motos estejam em boas condições para trafegar e manter um canal de pesquisa para que a pessoa interessada no serviço possa averiguar antes de contratar o motofretista.

De acordo com Fernando Badia, presidente da CPTrans, o cadastro foi elaborado respeitando a opinião dos profissionais. “A intenção é fazer com que as motos estejam sempre em condições de rodar dentro dos parâmetros do Detran. Por isso, é importante salientar que os interessados deverão ter, no mínimo, dois anos de habilitação. Esse cadastro vai facilitar a vida das pessoas que querem contratar esse tipo de serviço. Essa legalização garante segurança também para o contratante”, contou Fernando Badia.

A ação vai garantir mais vagas de estacionamento para os profissionais. “Estamos estudando a implantação de novas vagas de estacionamento para a categoria”, disse.

A vistoria terá validade de um ano e ocorrerá no pátio da CPTrans, de segunda a sexta, no horário das 9h às 12h e das 14h às 17h, conforme agendamento prévio pelo telefone 2237-1703, ramal 255. Para se cadastrar, o motofretista deverá apresentar, além dos equipamentos de segurança (capacete regulamentado pelo Inmetro, luvas, roupas resistentes e calçado fechado), o uso do colete preto com faixas refletivas. Também será necessário utilizar os equipamentos originais da motocicleta (farol baixo e alto, lampejador, luzes de posição, freio, direção e placa, espelhos, escapamento original, pneus e velocímetro) e a vareta aparadora de linha de pipa, mata cachorro e baú fechado com faixa refletiva.

Também será exigida a apresentação da cópia autenticada da Carteira Nacional de Habilitação, categoria A, válida e expedida há, pelo menos, dois anos; Cópias autenticadas do CPF, do comprovante de residência recente e do CLRV vigente do veículo; Certificado de conclusão do Curso de Motofretista ministrado pelo Detran e recibo de pagamento da Taxa de Cadastramento no valor de R$ 27 que pode ser paga no ato da vistoria.

Durante a vistoria também serão verificados todos os documentos obrigatórios do veículo ou condutor. Sendo aprovado, o veículo receberá o selo de cadastro que será afixado na parte de trás do baú. Cabe ressaltar que o selo é específico para cada veículo, sendo fato gravíssimo, passível de cancelamento do cadastro, a adulteração ou uso em outro veículo que não seja o vistoriado e cadastrado;

Samuel de Assis, de 34 anos, é motofretista há cinco anos e recebeu a notícia com alegria. “Essa foi uma notícia muito boa para a nossa classe. Agora, tanto a fiscalização quanto os contratantes poderão identificar os verdadeiros profissionais sem correr o risco de contratar um motorista pirata. É uma decisão justa. Vale lembrar que o curso é de graça e que todos aqueles que querem mesmo atuar nessa frente não encontram dificuldades quando desejam realizá-lo”.

Curso de capacitação pode ajudar na prevenção de mortes no trânsito

Como o cadastro também prevê a apresentação do certificado de conclusão do Curso de Motofretista ministrado pelo Detran, a tendência, segundo Fernando Badia, é de que os acidentes com motos também possam diminuir. Na última segunda-feira (4), um jovem de 19 anos morreu após sofrer um acidente de moto na Rua do Imperador. Segundo testemunhas, o jovem, que trabalhava como motoboy, perdeu o controle da moto e se chocou contra um poste. O globo que envolve a lâmpada, que fica no topo da estrutura, caiu sobre o jovem. Esse foi o sexto acidente com vítima fatal em Petrópolis em 2016, onde, segundo o Corpo de Bombeiros, acontece mais de dois acidentes com moto por dia.

“Esse curso é fundamental. Nele o profissional pode se reciclar e garantir a sua própria segurança. A esperança é de que com mais informações menos pessoas estejam expostas a acidentes e todos os motoristas possam trafegar com mais segurança”, afirmou Fernando Badia.

Segundo a seguradora LIDER DPVAT, a motocicleta foi o veículo com o maior número de indenizações de janeiro a dezembro de 2015. Apesar de representar apenas 27% da frota nacional, concentrou 76% das indenizações. Das indenizações pagas no período para acidentes com motocicletas, 83% foram para invalidez permanente e 4% para morte. 

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