Projeto Inclusão Através da Capoeira inclui e ajuda pessoas com deficiência a alcançarem sonhos e objetivos

Jovem que participou do projeto entra na faculdade com bolsa de 100%.

06/fev 15:51
Por Manoelle Rocha

Há quase 12 anos atuando em escolas de Petrópolis, o Projeto Inclusão Através da Capoeira, voltado para pessoas com deficiência (PCD), vem transformando a vida de jovens e crianças, utilizando o esporte como ferramenta de inclusão social.

Além de trabalhar a inclusão, o projeto, idealizado pelo professor e mestre de capoeira Evandro Souza, popularmente conhecido como Mestre Fumacinha, tem como um dos objetivos encorajar os jovens e crianças a alcançarem seus objetivos e vencerem os obstáculos.

Este foi o caso de Diogo da Silva Borges Lima, de 26 anos, que tem paralisia cerebral, e vai ingressar no curso de ciência da computação, na Universidade Católica de Petrópolis (UCP), depois de prestar o vestibular e conseguir uma bolsa de 100%.

Além de compartilhar toda animação com o ingresso no ensino superior, o jovem também conta que ter participado do projeto o ajudou na conquista de mais autonomia. Ele pontua que o incentivo do Mestre foi importante para a conquista.

“Evandro me incentivou bastante, é uma conquista muito grande e foi um esforço para chegar onde estou”, compartilhou Diogo.

O jovem treinou durante sete anos no projeto de mestre Fumacinha, e não é a primeira vez que a parceria rende frutos. Em 2016, o Canal Futura produziu um documentário, transmitido em toda América Latina, falando sobre o trabalho realizado pelo projeto e contando um pouco sobre a vida de Diogo.

Para o professor, Diogo é um rapaz que só transmite energias positivas e tem muita força de vontade.

“Ele é um jovem alegre e que transmite coisas boas para quem está por perto. Diogo foi destaque em 2016 e agora segue dando continuidade ao potencial que ele tem, ele faz a gente pensar que as coisas não são tão difíceis como parecem”, destacou Mestre Fumacinha.

O projeto

Evandro Souza, de 49 anos, é professor de capoeira desde 1996 e se tornou mestre há 7 anos. O professor contou que o projeto Inclusão Através da Capoeira nasceu da vontade que ele tinha de ajudar e incluir as pessoas com deficiência (PCD) no esporte.

Ele acrescenta que a primeira escola que acreditou e abraçou a causa foi a Escola Paulo Freire, onde ele afirma ter adquirido muitos ensinamentos.

“O trabalho realizado pela Escola Paulo Freire é fantástico. Lá, aprendi muito com a diretora e os professores”, declarou o professor.

Atualmente, o projeto está presente em sete escolas municipais, duas escolas privadas e na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de São José do Vale do Rio Preto. São mais de 200 pessoas com alguma deficiência ou síndromes como autismo e síndrome de down atendidas e cerca de 1.000 crianças na educação infantil.

Para o mestre de capoeira, o trabalho realizado ao longo destes 12 anos só mostrou que o projeto pode crescer e incluir cada vez mais crianças e adultos.

“Podemos crescer mais, precisamos incluir todos, estas pessoas precisam ser vistas e lembradas, devemos incluir para transformar”, concluiu Evandro.

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