Projeto “Minha Aurora” quer dar celeridade a investigações e atendimentos em casos de estupro

23/08/2019 12:29

A atuação integrada entre vários órgãos de assistência de saúde e social é decisiva para o suporte correto e rápido de vítimas e para contribuir em investigações de casos de estupro. Por isso, a Polícia Civil, com apoio da prefeitura, criou o projeto “Minha Aurora”, com o objetivo de reunir os diversos atores envolvidos no apoio de vítimas de abuso sexual e estabelecer um protocolo de atendimento desde o acolhimento, realização de exames médicos e coleta de depoimentos de forma não apenas a reduzir o tempo de resposta policial em relação ao crime e levar ao indiciamento do agressor, mas também para assegurar os direitos de quem foi agredido. A apresentação do projeto acontece nesta nesta sexta-feira (23), na Fase/FMP.

O Instituto de Segurança Pública (ISP) mostra a importância de reforçar a rede de atendimento das vítimas de abuso sexual. O número de casos de estupros vem crescendo desde 2014 em Petrópolis. Naquele ano, foram 78 registros desse crime nas duas delegacias da cidade. Em 2019, apenas em sete meses (de janeiro a julho), foram 77 ocorrências. No ano passado, foram 141 casos, o maior número desde o início do levantamento feito pelo ISP, em 2003.

“O projeto Minha Aurora mostra de forma muito clara que a segurança pública não é apenas uma questão restrita à atuação policial, mas de todo serviço prestado à população. O que ele propõe é que o acolhimento social, principalmente das vítimas menores de 18 anos, e da rede de saúde sejam ainda mais agilizados para dar uma pronta resposta às vítimas e possibilitar uma investigação mais rápida e levar a punição de quem comete esse crime”, diz o prefeito Bernardo Rossi.

A delegada titular da 106ª DP, de Itaipava, é uma das pessoas à frente do projeto. Ela ressalta a maneira que a prefeitura vai atuar a partir da implementação do Minha Aurora, que conta também com a nova estrutura do Posto Regional de Polícia Técnico-Científica (PRPTC), que fica ao lado do Hospital Alcides Carneiro.

“A participação da prefeitura se dá com engajamento do Nape-IJ (Núcleo de Atendimento Psicológico Especializado Infantojuvenil), com oitiva das vítimas menores de 18 anos para evitar a revitimização; o Hospital Alcides Carneiro, para que ali seja atendida a vítima de estupro e, após a saída do IML, ela já tenha acesso à medicação do “minuto seguinte” (ou seja, antirretrovirais para prevenir o HIV e vacinas como a da hepatite B e, para mulheres vítimas, pílula contraceptiva de emergência, como estabelecido pelo Ministério da Saúde), o que é muito importante para que ela não tenha que se deslocar para uma UPA para receber esse medicamento; e com o Gabinete da Cidadania, que organiza palestras que eu ofereço nos colégios da rede municipal, para atuação junto ao nosso público-alvo que são, principalmente, meninas de até 17 anos com foco na prevenção”, explica a delegada. 

O projeto Minha Aurora também conta com um braço de conscientização da população em torno do tema para, em longo prazo, incentivar que vítimas não fiquem escondidas e denunciem os agressores. Isso acontecerá por meio de palestras em escolas e distribuição de cartilhas.

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