Psicologia Perinatal Obstétrica e da Maternidade: acompanhamento psicológico na gravidez

Um dos momentos mais importantes na vida da mulher que sonha em ser mãe é a gravidez. Gerar uma outra vida e turbilhões de sentimentos que, muita das vezes, não conseguem ser expressados sem um acompanhamento. Foi pensando nisso que surgiu a Psicologia Perinatal Obstétrica e da Maternidade. O objetivo do acompanhamento é cuidar de quem gera a vida através do pré-natal psicológico complementando o tradicional.

A psicóloga Mellise Manhães é especialista no atendimento às gestantes e conta que esse é um novo ramo em Petrópolis ainda não muito conhecido e divulgado. “A mulher acaba ficando esquecida neste processo e não se prepara para a maternidade e, muitas vezes, sem saber o que a espera pode evoluir para uma depressão pós-parto e um arrependimento do maternar”, diz.

É importante ter um acompanhamento de um psicólogo especializado para que a futura mãe cuide da saúde mental e se previna de possíveis transtornos, como a depressão pós-parto. No momento do parto, o psicólogo atua junto com a equipe interdisciplinar, já que não se pode separar corpo e mente. O profissional está ali para o casal, que está prestes a viver um turbilhão de emoções, como medos, ansiedades, angústias e alegrias. Nesse momento, o psicólogo pode identificar possíveis gatilhos que interfiram no parir dessa mulher.

Além disso, o psicólogo atua, inclusive, na cesárea fazendo a dessensibilização, preparando a mulher para o parto possível. “Muitas mulheres querem o parto vaginal de toda forma. A gente sabe que não é assim, podem ocorrer intercorrências que levem essa mulher a uma cesárea”, diz.

O psicólogo perinatal obstétrico acompanha desde antes, na gravidez, durante o parto, porque ali podem ter gatilhos, no puerpério, fase mais crítica e vulnerável da mulher, e na maternidade como um todo. Mellise explica que o acompanhamento começa pelo pré-natal psicológico. “Pode ser individual, através de sessões que utilizam psicoterapia e psicoeducação. Além disso, é ideal que envolva o pai da criança e os avós que estarão presentes no puerpério dessa mulher, que é a fase de maior vulnerabilidade. Serão trabalhadas as demandas trazidas assim como temores, crenças e dúvidas sobre todo o período gravídico”, afirma.

Além do acompanhamento psicológico, também há grupos de gestantes onde acontece o compartilhamento das experiências, sentimentos e emoções. O acompanhamento se estende até o puerpério tardio já que a chegada de um novo bebê mexe com toda a estrutura da família, inclusive com a identidade dessa mulher.

Hoje, Mellise realiza atendimentos online e em uma clínica na cidade. “Gostaria que todas as mulheres tivessem acesso à essa informação porque muitas ainda não sabem que o pré-natal psicológico funciona minimizando a possibilidade de uma depressão”, diz. Além dos atendimentos, a psicóloga criou um perfil no Instagram de dicas e informações para as mulheres.