PT, o grande derrotado
O PT foi o grande derrotado nas eleições municipais, caiu de terceiro para décimo lugar no placar dos partidos com maior número de prefeituras no país. No chamado Triângulo das Bermudas, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, região que concentra o grosso dos eleitores, não chegou sequer ao segundo turno. Seus candidatos a prefeito tiveram desempenho vergonhoso. No Rio, Jandira Feghali amargou índice de 3,34%. Em São Paulo, João Dória derrotou Fernando Haddad de saída, com uma diferença de mais de 3 milhões de votos. E em Minas, Reginaldo Lopes perdeu em situação vexatória, com 7,28% do eleitorado.
Nos outros Estados, com uma ou outra exceção, a situação se repetiu. Portanto, um desastre nacional, que contaminou as demais legendas vinculadas ao lulopetismo. PSOL, com exceção do Rio de Janeiro, onde ainda disputará com Crivella o segundo turno, Rede e PC do B, como atores no campo da esquerda radicalizada, experimentaram derrotas acachapantes, em níveis similares do que aconteceu com o desempenho da direita empedernida.
Nas eleições, a identificação com o lulopetismo mostrou-se fatal. Foi o que ocorreu, com o partido de Marina Silva, uma costela de Lula. A Rede, em São Paulo, com o candidato Ricardo Young, não passou de 0,45% do eleitorado. No Rio, com Alexandre Molon, teve-se aferição ridícula, com 1,43%, sem que o partido conseguisse pelo menos figurar em Minas, com reflexos profundos e definitivos sobre as ambições megalômanas da ex-seringueira acriana.
Seguindo igual frequência, Marta Suplicy ficou em terceiro lugar na disputa em São Paulo, com 10,14% dos votos. Tentou responsabilizar o presidente Temer por seus insucessos. No entanto, as medidas impopulares do governo federal não foram ainda implementadas. Anunciadas timidamente, não tiveram tempo de chegar ao eleitorado. A performance desastrosa da candidata pode ser creditada às suas origens petistas, às suas ligações com Lula e outros da espécie, com o apoio dos quais elegeu-se prefeita da capital paulista e senadora da República.
Na política, como na vida, tudo tem seu preço, e a conta sempre chega. O lulopetismo agora é cobrado e paga o custo da incompetência e da corrupção, de 12 milhões de desempregados, da inflação em alta, do descontrole da economia e da recessão. Levaram o país ao naufrágio, mergulhando-o na involução de uma quadra perdida, cuja recuperação demandará no mínimo uma década de sacrifícios e tormentos para o povo brasileiro.
Vencido o Mensalão do PT, com a condenação dos culpados pelo Supremo Tribunal Federal, o Petrolão permanece em curso. Esteve ontem nas urnas, ao lado de cada eleitor. Fustigou-lhe a consciência na hora do voto, em nome da ética e da decência no trato da coisa pública. Afinal, não há como esquecer o maior escândalo da história de desvio e apropriação de recursos do erário, revelado pela Lava-Jato, fruto da coragem e da determinação dos investigadores da Polícia Federal e da ação do Ministério Público e do Poder Judiciário.
As causas da fragorosa derrota do PT e de outras legendas assemelhadas repousam no conjunto da obra, que envolve Lula e Dilma, criador e criatura, com a clara sinalização de que fatos dessa natureza não podem mais se repetir. Que sirva de lição aos partidos e aos políticos, que nunca estiveram tão em baixa no conceito da sociedade. E quem avisa, amigo é, como diz o velho adágio.
paulofigueiredo@uol.com.br