Quais os planos de Dorival e da CBF para Neymar na seleção brasileira?

27/set 15:16
Por Bruno Accorsi / Estadão

Mesmo lesionado desde 17 de outubro do ano passado e sem data exata para retornar aos gramados, Neymar é assunto a cada convocação da seleção brasileira. Durante a coletiva desta sexta-feira, na qual o técnico Dorival Júnior divulgou a lista para os jogos de outubro das Eliminatórias da Copa do Mundo, contra Chile e Peru, o nome do atacante do Al-Hilal foi evocado em meio à incerteza sobre se ele terá ou não condições de voltar a jogar ainda em 2024.

Recentemente, Jorge Jesus, técnico do time saudita, indicou que o astro brasileiro deve passar por uma reavaliação em janeiro de 2025 e, portanto, não jogaria mais nesta temporada. Durante a convocação desta sexta, o coordenador executivo geral da seleção, Rodrigo Caetano, disse que continua em contato com o Al-Hilal para acompanhar o caso do jogador, mas que a CBF pretende enviar representantes, entre eles o médico Rodrigo Lasmar, para Riad, com o objetivo de entender melhor a situação.

“A gente faz sim o monitoramento constante para sabermos as reais condições dos atletas que chegam e aqueles que não vêm por problemas clínicos. O caso do Neymar é tratado de uma maneira diferente, por ele estar lesionado, além do jogador extraclasse que ele é. As informações que nós temos é que ele vem em uma velocidade muito boa de recuperação, mas quem vai decidir usar primeiro é o clube, não cabe a nós. Conversei com o presidente e pretendemos ir até lá no final do ano, ou mesmo outubro ou novembro, para acompanhar de perto com o Dr. Rodrigo Lasmar”, disse Caetano.

Constantemente questionado sobre a importância de Neymar para o futuro da seleção, Dorival Júnior falou com bastante convicção a respeito do tema. Para ele, o atacante de 32 anos nunca deixou de ter um lugar reservado dentro do grupo do Brasil.

“Estamos tendo a percepção do quanto esse jogador é importante. Nos próximos anos, se Deus quiser, nós poderemos desfrutar de um dos grandes jogadores do futebol mundial em um momento que pode ser marcante na carreira dele e da nossa seleção. Vamos aguardar, temos paciência. Não tem importância se volta outubro, novembro ou só em fevereiro. Tem de estar confiante, atuando e, principalmente, zerado da seleção. Demanda tempo e procedimentos naturais que são feitos”, comentou.

O QUE DISSE JORGE JESUS?

Neymar se recupera de uma lesão no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo, que o afasta dos gramados desde outubro do último ano, tanto pelo Al-Hilal, quanto pela seleção brasileira. Jorge Jesus, treinador do clube saudita, afirmou nesta semana que o atacante será reavaliado em janeiro sobre a possibilidade de retornar aos gramados. Até lá, a tendência é que continue com sua recuperação na Arábia Saudita.

“O Neymar é um jogador importante para o Al-Hilal e para a liga saudita. Não posso, no entanto, especificar uma data de quando ele irá voltar, mas vamos avaliar a situação em janeiro”, afirmou Jorge Jesus após vitória do Al-Hilal sobre o Al-Bukayriyah, pelo Campeonato Saudita. Desde que chegou ao país do Oriente Médio, Neymar só pôde disputar cinco jogos antes de se lesionar em partida contra o Uruguai, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.

O atacante não está inscrito no Campeonato Saudita, por causa da lesão no joelho. Segundo o regulamento da competição, cada clube só pode ter oito jogadores estrangeiros acima dos 21 anos no elenco principal. Yacine Bounou, João Cancelo, Kalidou Koulibaly, Ruben Neves, Sergey Milinkovic-Savic, Malcom, Aleksandar Mitrovic e Renan Lodi compõem a equipe de estrangeiros de Jorge Jesus, sem a presença de Neymar.

Ainda há o brasileiro Marcos Leonardo, mas que por ter 21 anos não entra na mesma cota de estrangeiros que o camisa 10. Neymar só pode ser inscrito a partir de janeiro, quando a liga permite alterações no elenco e, portanto, a entrada do brasileiro na competição.

Neymar ainda poderia atuar neste ano, mesmo sem estar inscrito no Campeonato Saudita. Isto porque, na Liga dos Campeões asiática, não há um limite de estrangeiros para cada clube, que permite que o brasileiro entre em campo, caso se recupere da lesão antes de janeiro.

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