Radares da região onde ocorreu acidente com Porsche estavam desativados, diz CET

08/abr 11:07
Por Giovanna Castro / Estadão

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) confirmou que os radares de velocidade da região em que um Porsche colidiu em alta velocidade com um Renault Sandero no dia 31 de março, na Avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, zona leste da capital paulista, estavam desativados.

A suspeita da Polícia Civil é de que o motorista do carro esportivo, o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, estava embriagado e conduzia o veículo em alta velocidade no momento do acidente que matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos. As investigações ainda estão em andamento.

“A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito e da Companhia de Engenharia de Tráfego, esclarece que os equipamentos da via estão passando por atualização tecnológica, em atendimento à Resolução 798 do Contran. A previsão é de que os equipamentos sejam restabelecidos até o final do mês”, informa o órgão municipal.

Na semana passada, a polícia voltou a pedir prisão preventiva de Andrade Filho. Os argumentos para isso são de que o empresário tem alto poder aquisitivo e, por isso, pode fugir para outro País durante as investigações.

O fato de ele ser reincidente em excesso de velocidade – o empresário teve sua carteira de motorista suspensa recentemente por esse mesmo motivo – e os relatos de testemunhas serem favoráveis à hipótese de embriaguez, foram usados para sustentar o pedido.

O inquérito deve durar no mínimo 30 dias, contando pela data do acidente. Apesar dos avanços, há ainda testemunhas centrais para serem envolvidas, como a namorada de Andrade Filho, que estava com ele em uma festa momentos antes do ocorrido. Ela deve prestar depoimento nesta semana.

No registro da ocorrência, policiais que atenderam o caso afirmam que a mãe de Andrade Filho compareceu ao local e disse que levaria o filho ao Hospital São Luiz, no Ibirapuera, zona sul da cidade, para tratar de um ferimento na boca. Quando os agentes foram ao hospital para fazer o teste do bafômetro e colher sua versão do acidente, não encontraram nenhum dos dois.

Andrade Filho se entregou quase 40 horas depois da ocorrência, no mesmo dia em que Viana foi enterrado em Guarulhos, na Grande São Paulo. No depoimento, o empresário afirmou que dirigia o Porsche “um pouco acima” do limite de velocidade e negou que estivesse sob efeito de drogas ou bebidas alcoólicas. Imagens de câmeras de rua que captaram o acidente mostram o veículo esportivo em alta velocidade.

Em nota assinada pelos advogados Carine Acardo Garcia e Merhy Daychoum, a defesa considera o ocorrido como fatalidade. “Prematuro, neste momento, julgarmos as causas do acidente, na medida em que os laudos das perícias realizadas ainda não foram concluídos”, disse, em nota. Os advogados se manifestaram após a apresentação do empresário à polícia.

A defesa também negou que o cliente tenha fugido do local do acidente e afirmou que ele apenas se “resguardou de linchamento”.

“Importante destacar que Fernando não fugiu do local do acidente, uma vez que já havia socorro sendo prestado às outras vítimas. Fernando, já devidamente qualificado pelos policiais militares de trânsito, tendo sido liberado pela Polícia Militar para que fosse encaminhado ao hospital”, diz a defesa.

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