Renato Prieto, protagonista de ‘Nosso Lar 2: Os Mensageiros’: “Petrópolis é um pouco como o quintal da minha casa”

Por Aghata Paredes

Com mais de R$ 5,1 milhões arrecadados em bilheteria desde sua estreia, ‘Nosso Lar 2: Os Mensageiros’, dirigido e roteirizado por Wagner de Assis, vem cativando um público ímpar, inclusive em Petrópolis. O Cine Show na cidade já recebeu mais de 4 mil espectadores desde a estreia em 25 de janeiro.

No último fim de semana, o ator e protagonista do filme, Renato Prieto, esteve em Petrópolis, onde ficou hospedado durante o Carnaval, e concedeu uma entrevista exclusiva à Tribuna de Petrópolis falando sobre o sucesso do filme, além dos bastidores e sua autobiografia, “E quem disse que seria fácil?”, lançada pela Editora Agir. Prieto destacou a emoção de retornar ao papel de André Luiz e a importância de apresentar mensagens significativas ao público, além de sua relação especial com a cidade. “Fico muito feliz com o sucesso que o filme fez e está fazendo em Petrópolis, porque eu costumo brincar que aqui é um pouco como o quintal da minha casa. Eu sempre visito amigos, descanso, faço muitos espetáculos teatrais, então existe entre nós uma relação de amizade, de camaradagem.”

No sábado (10), o ator esteve presente no Cine Show do Shopping Pátio Petrópolis e surpreendeu o público ao assistir a uma das sessões. “Quando cheguei, o público estava saindo de uma sessão, foram muitos comprimentos, muitas fotografias. A gente confraternizou, conversou, bateu papo… Foi muito interessante ter essa experiência com o público – aquele que vai ao cinema, compra o ingresso, estaciona o carro –  isso causa uma grande emoção. E, depois, poder ouvir as suas opiniões, fazer fotos, guardar essas lembranças, isso fica muito marcado dentro do meu coração. Sou muito grato o tempo todo da minha vida por esse carinho que o público tem comigo. Foi uma experiência linda.”, relata.

Dirigido e roteirizado por Wagner Assis, ‘Nosso Lar 2: Os Mensageiros’ continua a saga espiritual iniciada em 2010 com ‘Nosso Lar’. O drama espírita foi adaptado do livro ‘Os Mensageiros’ (1944), psicografado por Chico Xavier. O enredo segue o médico André Luiz, interpretado por Renato Prieto, que se junta a um grupo de espíritos mensageiros da cidade espiritual chamada Nosso Lar. Liderados por Aniceto, papel de Edson Celulari, esses seres de luz, que atuam como anjos, embarcam em uma missão arriscada na Terra. O objetivo é ligar o mundo espiritual e o terreno através de três indivíduos: Otávio (Felipe de Carolis), um jovem médium; Isidoro (Mouhamed Harfouch), líder de uma casa espírita; e Fernando (Rafael Sieg), um empresário.

Foto: Divulgação

Questionado sobre o interesse dos brasileiros pela temática espírita, Renato Prieto comenta sobre a pluralidade do público no Brasil, com diversas filosofias e religiões, ressaltando que o cinema e os espetáculos que envolvem temas espirituais têm sido bem recebidos. “O público brasileiro é muito eclético, então você tem um leque de opções muito grandes: católicos, evangélicos, espíritas, candomblecistas, umbandistas, messiânicos e tantos outros. Acho essa pluralidade muito interessante…Cada um deve escolher o caminho com o qual se afina e todos devem se respeitar, porque não tem o menor sentido desrespeitar a escolha ou não escolha de alguém. No teatro e no cinema, o público abraça o tema vida após a morte, reencarnação, vendo isso como uma possibilidade ou, pelo menos, com certa curiosidade. Outras pessoas de filosofias e religiões diferentes tentaram fazer espetáculos e isso não foi adiante. Já no nosso caso, tudo caminhou bem, sinal de que as pessoas abraçam essa temática.”, conta. 

Sobre interpretar o famoso médium André Luiz, o ator revela que a vantagem foi o fato de que ele já era um personagem conhecido. “Já tinha vivido intensamente esse personagem no primeiro filme, que foi um sucesso muito grande – quase 5 milhões de pessoas assistindo nos cinemas – e sempre me preparo muito, porque sou um ator muito caxias no sentido de estudar e pesquisar. Por outro lado, o personagem já era íntimo do público. Então, apresentei o que o público já conhecia, mas você tem o diretor, o coach, os colegas, e aí você vai retomando o personagem. Minha preocupação é sempre a de apresentar ao público o meu melhor. Espero ter conseguido!”, explica. 

Foto: Divulgação

Mistérios no set

Durante as gravações do filme ‘Nosso Lar 2: Os Mensageiros’ alguns casos misteriosos ganharam os holofotes – de um homem que desapareceu, depois de relatar que gostaria de falar com o diretor, Wagner de Assis, ao cheiro inexplicável de perfume de rosas no set. Questionado sobre esses episódios, Renato Prieto destacou a importância do foco para manter a qualidade do que está sendo realizado. “É preciso levar em consideração que o ator que chega no set de filmagem precisa chegar preparado, sou muito disciplinado. Então fico sempre quieto, não tendo dúvida da proteção espiritual que temos, mas focado nas responsabilidades que aquele dia me exige, porque eu preciso continuar mantendo a qualidade daquilo que nós estamos fazendo. Acredito que aconteçam, claro, coisas, mas não estou focado nisso. Num trabalho como esse, é claro, é natural que aconteçam episódios como os que foram colocados para o público.”, explica.

Renato Prieto abraça a doutrina dentro e fora dos palcos, um compromisso que ele assumiu com alegria e responsabilidade até mesmo nas redes sociais, onde realiza o Evangelho no Lar às segundas-feiras, religiosamente, quando está de folga. “Sou um espírita declarado, seguidor da Doutrina, codificada por Allan Kardec, na minha vida pessoal. Artisticamente me preparei nas melhores faculdades de artes cênicas. Do ponto de vista espírita, quando estava me preparando para o reencarne, era um compromisso, eu recebi um chamado. Diria que cheguei aqui com uma cartilha, que eu sigo conforme o combinado, e procuro ouvir as pessoas para não desapontá-las. Os espetáculos que eu fiz levaram um número superior a 7 milhões de pessoas aos teatros. Além disso, gravei uma série de quatro episódios “Viver de novo”, que vai para o cinema e para o streaming como documentário. No caso do Evangelho do Lar, comecei a fazer às segundas-feiras no Instagram (@renatoprietoator), porque no período da pandemia houve um desespero muito grande. Queria ajudar de alguma maneira, e uma live ao vivo as pessoas poderiam assistir de qualquer lugar do mundo. Eu diria que entre as 20h, quando a live é feita, e meia-noite, em torno de 12 a 13 mil pessoas assistem (ao vivo ou gravado). Seja no palco, no cinema ou na vida, ouvir alguém dizer que você mudou a vida dele para melhor é algo muito feliz.”, relata.

Para Renato Prieto, independentemente das escolhas filosóficas ou religiosas individuais, ir ao cinema representa um programa enriquecedor em todos os sentidos. Segundo o ator, “Se ainda vai ver um filme de qualidade que traga mensagens positivas, material que possa ser aplicado no cotidiano, na vida, é uma grande prestação de serviço por parte das pessoas envolvidas com a cultura para com o público.” Prieto enfatiza, ainda, que a certeza da morte é incontestável, e considera fundamental que as pessoas busquem conhecimento sobre esse aspecto sob diferentes perspectivas. “Acho que o filme e os espetáculos que eu faço trazem isso para o público, dando um material farto para ele usar na sua própria vida. A função do ator, do escritor e do roteirista também é essa, apresentar possibilidades ao público.”, explica.

Sucesso nos palcos, no cinema e na literatura

Recentemente, Renato Prieto tem ganhado ainda mais admiradores, especialmente depois do lançamento, em novembro, de sua autobiografia “E quem disse que seria fácil?”, pela Editora Agir. Na obra, Renato Priori revisita os momentos mais desafiadores e também os mais divertidos de sua vida. Como em toda narrativa envolvente, a trajetória do ator que deixou Vitória, no Espírito Santo, e seguiu para o Rio de Janeiro em busca do sonho de se tornar ator, oferece espaço para o leitor rir e se emocionar.

Foto: Divulgação

Questionado sobre como surgiu a ideia de compartilhar essas histórias e quais delas foram mais marcantes, Renato conta que já havia sido convidado por diversas editoras do Brasil para escrever o livro. “As pessoas sempre acharam que seria interessante para os jovens, para aqueles que estão começando sua jornada como ator e atriz. Uma informação a respeito disso, por exemplo, é em relação a um episódio com o meu colega, Ary Fontoura. Ele me pediu uma quantidade imensurável de livros, todos autografados, mas sem nomes, ao que eu disse: “Mas, Ary, você já leu a minha biografia “E quem disse que seria fácil”, para que tantos livros?” Ele me respondeu que daria a todos os jovens atores que ele encontrasse pela frente, porque lendo o meu livro eles levariam a vida de outra maneira. Depois, logo nas primeiras semanas, a obra saiu no ranking dos livros mais procurados no Brasil.”, conta. Segundo Renato Prieto, o livro oferece boas saídas para vencer na vida de maneira honesta e íntegra, e adianta: “Já tem vários convites para que ele vá para o cinema.”

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