Renovação retrô

08/10/2016 11:55

As palavras renovação e mudança fazem parte do discurso de todo cidadão e, em especial, dos quase cem mil eleitores que optaram por não exercer sua cidadania em nosso município. Por 45 dias ininterruptos os candidatos ocuparam as ruas e redes sociais a procura da adesão dos eleitores e, por diversas vezes, tropeçaram na insatisfação generalizada.

Para os marinheiros de primeira viagem e os candidatos jovens parecia um terreno fértil, apenas parecia, porque o resultado foi revelador. Os apelos por renovação e mudança, assim como nos discursos políticos, não passaram de jargões. Das 15 cadeiras em disputa, apenas 7 foram preenchidas por outros nomes, porém dessas, só 4 foram ocupadas por estreantes na Câmara de Vereadores, as demais foram devolvidas a nomes da “boa e velha” política petropolitana.

A primeira etapa da reforma política que reduziu o tempo de campanha ajudou e, muito, aos que já tem um nome estabelecido entre os eleitores, até alguns candidatos a prefeito terminaram a eleição sem ser conhecidos por toda a sociedade. A falta da propaganda eleitoral obrigatória na TV prejudicou as candidaturas estreantes e aquelas com menos recursos. Com isso o poder “bélico” da máquina pública e do capital foi determinante no resultado.

Onde erramos enquanto sociedade? Por que retroagimos? Os sucessivos escândalos de corrupção, as décadas de promessas não cumpridas e a falta de cultura política levaram a uma revolução baseada em inércia ao invés de um movimento coordenado e consciente. Em suma, votos brancos, nulos e abstenções foram as opções acolhidas pelos descontentes. Um erro crasso! Venceu – em sua maioria – o voto do benefício pessoal e do assistencialismo. Como disse o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso: “toda vez que um cidadão de bem deixa de votar, um mau político toma o poder”. Se a sensação é de insatisfação e o desejo é de mudança, então, só há um caminho… ir às urnas.

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