Replantando Vida retoma ações socioeducativas na Semana da Saúde
Após quase dois anos de restrições, o programa Replantando Vida, parceria entre Cedae e Fundação Santa Cabrini, retomou as atividades de educação ambiental nas escolas. Nesta quarta-feira, dia 10, a equipe técnica do projeto, aguadeiros, assistentes sociais e apenados que integram o projeto se uniram a funcionários do Núcleo de Sustentabilidade do Hemorio e da Fundação Pró-Hemorio para plantar 1.500 mudas às margens do Rio Guandu, em Queimados, na Baixada Fluminense. Alunos da rede de ensino municipal e as secretarias de Meio Ambiente e Educação participaram do reflorestamento. A atividade faz parte do compromisso de plantio de 1 milhão de mudas ao longo dos próximos cinco anos.
Participantes assistiram à palestra sobre a importância do Rio Guandu para o Rio de Janeiro e como a Cedae pretende investir nos próximos anos para proteger e recuperar este importante manancial que abastece as casas de mais de 9 milhões de pessoas na Região Metropolitana. Estudantes aprenderam sobre plantio de restauração florestal para recuperação da mata ciliar e colocaram a mão na massa – ou melhor, na terra.
“Reunimos 20 funcionários do Hemorio e Fundação Pró-Hemorio, 27 alunos da rede municipal de ensino de Queimados e servidores das secretarias de Meio Ambiente e Educação de Queimados. A ação foi organizada pelas equipes do Replantando Vida, Aguadeiros e Serviço Social da companhia com o apoio dos apenados que trabalham conosco”, descreve Alan Abreu, engenheiro florestal da Cedae.
O evento – que faz parte da programação da Semana Nacional da Saúde, que termina nesta quinta-feira, 11, em Nova Iguaçu – marca a retomada das atividades interrompidas devido às medidas de proteção para combater a pandemia da Covid-19:
“Pouco a pouco vamos retomando o trabalho, que tem três pilares: educação ambiental nas escolas, com palestras e muita informação; ações de reflorestamento com a participação dos estudantes e visita à Estação de Tratamento Guandu, para que os jovens conheçam o processo de captação e tratamento da água. Com essa dinâmica, eles têm contato com todas as fases do ciclo da água para compreender a importância do trabalho que desenvolvemos com o apoio dos apenados”, ressalta Alcione Duarte, coordenador do Replantando Vida.
Duarte acrescenta que o Replantando Vida organizará mais ações como esta para oferecer à população a oportunidade de participar do processo de restauração da mata ciliar do Rio Guandu. O planejamento integra a estratégia ESG (sigla que, traduzida do inglês, significa Ambiental, Social e Governança) da companhia, comprometida com boas práticas corporativas voltadas à sustentabilidade e à responsabilidade social.
A secretária de Meio Ambiente de Queimados, Andréia Loureiro, destacou a relevância da ação promovida pelo programa:
“Esta é uma região muito importante por conta do abastecimento da cidade. O contato das crianças com o rio chama a atenção para a conservação da mata ciliar e é um forte incentivo para a educação socioambiental”.
Sobre o Replantando Vida
Programa socioambiental da Cedae que une ações de sustentabilidade e ressocialização de apenados, o Replantando Vida é hoje o maior empregador de mão de obra prisional do País. Desde sua criação, em 2001, mais de 6.000 pessoas já passaram pelo projeto. Hoje há cerca de 600 egressos dos regimes semiaberto, aberto e liberdade condicional trabalhando em 140 setores da Cedae.
Além dos trabalhos ligados à área ambiental, participantes desempenham também atividades como confecção de uniformes da companhia e máscaras de proteção contra a Covid-19; manutenção de áreas verdes e jardinagem; obras e reparos. Eles recebem remuneração pelo serviço prestado, auxílios transporte e alimentação, além do benefício de redução de um dia de pena a cada três trabalhados.
Os sete viveiros atualmente são mantidos pelo Replantando Vida e foram instalados na Estação de Tratamento de Águas (ETA) do Guandu, na Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) de São Gonçalo, na ETE Alegria, no Reservatório Victor Konder, na Caixa Velha da Tijuca, no Complexo do Alemão e na Colônia Penal Agrícola de Magé. As unidades têm capacidade de produzir 1,8 milhão de mudas por ano de 254 espécies nativas da Mata Atlântica, das quais 40 estão ameaçadas de extinção.
As espécies são usadas na recuperação de matas ciliares e na preservação da Mata Atlântica. Somente em 2021, mais de 91 mil mudas foram distribuídas a projetos de reflorestamento em 44 municípios do Estado do Rio de Janeiro. Ao longo desses 20 anos, mais de 4 milhões de mudas foram produzidas.
O programa recebeu o reconhecimento pelo “Selo Resgata”, concedido pelo Ministério da Justiça em três edições, e foi contemplado com três premiações da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, o prêmio da Fundação Firjan Ambiental. O mais recente deles, na categoria “Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos” foi pelo Projeto Recuperação Produtiva da Juçara, pela restauração ambiental da Palmeira Juçara (euterpe edulis) por meio do incentivo à produção de mudas e ao plantio de novas árvores desta espécie ameaçada de extinção.
Confira os números:
– 6.000 participantes em 20 anos;
– 80% não reincidem no crime;
– 1 dia de pena reduzido a cada 3 trabalhados;
– 600 hoje trabalham em 140 setores da Companhia;
– 7 viveiros;
– 4 milhões de mudas distribuídas até hoje;
– 1,8 milhão de mudas (capacidade de produção/ano);
– 254 espécies da Mata Atlântica;
– 40 espécies ameaçadas de extinção.