Resgate de animais silvestres ainda é um desafio para o município

15/01/2023 18:07
Por Enzo Gabriel

Com uma fauna variada, Petrópolis é uma cidade que enfrenta dificuldade quando o assunto é resgate de animais silvestres. O protetor Claudiomar Batista, especialista no serviço, conta sobre seu trabalho e os desafios que encontra na cidade.

“Trabalho com todos os tipos de animais silvestres com o Instituto São Francisco de Assis, que é voltado para salvar vidas. Nossos voluntários trabalham por amor aos animais, às florestas e ao meio ambiente. Além dos animais silvestres, também resgatamos gatos e cachorros, mas todos os protetores estão com excesso desses animais. O único que tem lugar para cuidar de urubu em Petrópolis, por exemplo, sou eu. Também busco capivaras na Região dos Lagos. É um trabalho para salvar o planeta enquanto há tempo.”, conta Claudiomar.

Claudiomar com uma capivara resgatada. Foto: Arquivo Pessoal

O protetor fala sobre os desafios da atividade: “Quem costuma ajudar é o Corpo de Bombeiros. Hoje, eu que cuido dos animais silvestres na cidade. Gambás, por exemplo, tem vezes que são centenas de filhotes no final de ano. Além disso trabalhamos no resgate de cobras, capivaras, urubus, fazendo o remanejamento dessas espécies para áreas seguras.”

Na última semana, José Felipe, morador de Petrópolis, precisou resgatar um animal silvestre. No entanto, não sabia a quem recorrer. “Apareceu um sagui machucado na minha casa, mas não consegui ajuda do ICMBio, nem do Corpo de Bombeiros, nem da Rebio Araras e da Cobea. Então fiquei sem saber o que fazer. No final das contas, quem ajudou foi o Instituto São Francisco de Assis, que acabou custeando o veterinário. Existe uma demanda enorme na cidade e os órgãos públicos não atendem quando se trata de animais silvestres de pequeno porte.”

Orientações

O protetor destaca as orientações para o resgate de um animal silvestre: “A pessoa deve, de imediato, acionar o Corpo de Bombeiros (193) ou o Ibama (0800 061 8080), já que eles são qualificados para fazer o manejo do animal para o veterinário ou para a soltura. O correto é que o animal vá ao veterinário, para que se examine o que houve. Outra orientação que passo é que, por exemplo, se encontrar abelhas africanizadas, tem que isolar a área e avisar toda a população, prender gatos, cachorros, pássaros e chamar um apicultor com o Ibama. Nunca devemos matar nenhum tipo de animal silvestre.”

Doações

O Instituto São Francisco de Assis não aceita doações em dinheiro. Segundo Claudiomar, as doações são recebidas na loja Alan Rações, no Alto da Serra, e convertidas em ração ou remédios. O protetor conta, ainda, que a instituição precisa de uma carrocinha para o transporte de cavalos.

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