Resgate do cavalo Caramelo mobiliza Exército e veterinários no RS; veja como foi

09/maio 20:28
Por Renata Okumura / Estadão

Equipes se mobilizaram na manhã desta quinta-feira, 9, para resgatar um cavalo, que apareceu em cima de um telhado na cidade de Canoas, ainda na quarta-feira, 8, conforme mostraram vídeos publicados nas rede sociais. Após o resgate, chegou a ser divulgado que se tratava de uma égua, mas depois veterinários afirmaram que o equino é um cavalo. O animal ficou ilhado por quatro dias e ganhou o nome de Caramelo.

No resgate, feito com a ajuda do Exército e de bombeiros de São Paulo, o animal foi sedado e colocado deitado dentro de um bote em segurança. Veterinários também foram mobilizados para acompanhar a realização do trabalho.

O cavalo de 350 quilos foi deitado no bote e seguiu por quase meia hora em um percurso de quatro quilômetros até chegar no ponto seco da cidade.

“No local, uma viatura dos bombeiros de São Paulo puxou o bote até um caminhão da Brigada Militar. O animal, ainda sedado, foi levado até um hospital veterinário para receber os cuidados necessários”, afirmou a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP).

Por meio das redes sociais, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, disse, no início da manhã, que uma equipe havia decolado para fazer o resgate do cavalo. “Acabo de conversar com o General Hertz, Comandante das Operações do (Exército Brasileiro) no RS, e ele já mobilizou equipes para localizar e fazer o resgate, em Canoas.”

Confira o resgate aqui

Veja como foi o resgate:

Equipes dos bombeiros de São Paulo participaram do resgate do cavalo em cima do telhado de uma casa em Canoas, de acordo com a SSP.

Segundo a pasta, a força-tarefa foi montada com a participação de veterinários e foi liderada pelos bombeiros paulistas. Ainda no período da manhã, os profissionais se deslocaram até a região que o cavalo estava ilhado.

“O trabalho começou ontem à noite, quando recebemos o apoio dos veterinários de São Paulo”, disse o capitão Franco, que liderou a missão de resgate que contou com nove bombeiros em duas embarcações, além de outro navio de apoio. O cavalo estava a quatro quilômetros do ponto inicial do alagamento.

Conforme a SSP, o primeiro passo foi se aproximar do animal e realizar a aplicação da sedação, com o auxílio de um veterinário, para evitar que o cavalo se machucasse ou ficasse nervosa com a presença dos humanos.

“Quando chegamos, encontramos o animal em uma situação debilitada. Tentamos nos aproximar de maneira calma, fizemos a contenção física e os veterinários vieram com os medicamentos”, acrescentou Franco.

Lula diz esperar que ninguém monte no animal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira, que foi dormir inquieto na noite desta quarta-feira, pensando no animal que ficou preso em cima do telhado de uma casa em Canoas. A declaração ocorreu durante anúncio do governo sobre as medidas de socorro para o Estado, que enfrenta a pior tragédia climática da sua história.

“Eu fico imaginando se aquele cavalo pensasse, como a gente imagina que são os pensamentos, o que aquele cavalo estava pensando, sozinho, em cima do telhado?”, questionou o presidente. “Espero que ninguém monte naquele cavalo por algum tempo, porque ele merece um bom descanso.”

Cavalo que estava se afogando é resgatado por vice-prefeito

Em meio aos resgates dramáticos de pessoas e animais, outra cena chamou a atenção. Um cavalo com apenas o focinho de fora, bastante ofegante, foi resgatado também em Canoas, no domingo, 5, pelo vice-prefeito de Santo Antônio da Patrulha, Marcelo Santos da Silva, de 43 anos.

O vídeo da ação foi compartilhado nas redes sociais. “Durante resgates de pessoas, vimos um cavalo. Jamais deixaria ele morrer. Além de pessoas, do cavalo, também resgatamos muitos cães e gatos”, disse Silva.

Em Santo Antônio da Patrulha, também foi montado um centro de distribuição, onde a comunidade se mobiliza para realizar doações que serão enviadas para as cidades mais afetadas pela maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul que já deixou ao menos 107 pessoas mortas e afetou, até o momento, 425 municípios.

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