Resumo histórico do carnaval carioca

01/03/2019 12:30

Para se fazer um resumo histórico do carnaval carioca, é necessário anotar, principalmente, os dados essenciais e deixar de lado os detalhes dispensáveis. Assim, podemos registrar eventos variados que se colocam em destaque. Desde o Brasil colônia até fins do século XIX, tivemos o entrudo, calcado do existente em Portugal. Era uma brincadeira bem grosseira, com bisnagas de espirrar água – às vezes bem suja – bisnaga que acabou proibida pelo prefeito Pereira Passos, substituída pelo lança-perfume (mais tarde também proibido). Em 1840, deu-se o primeiro baile de carnaval; em 1852, surgiu o Zé Pereira, grupo de foliões de rua; em 1888, desfilou o primeiro cordão de carnaval; datam de 1892, as fitas de papel chamadas serpentinas; de 1899 é a primeira marcha-rancho – Ó abre alas – de autoria de Chiquinha Gonzaga, que fez sucesso no carnaval de 1900 até 1904. Os foliões se juntaram em bloco desde 1911. Nessa época apareceram os ranchos carnavalescos (Ameno Resedá, Flor do Abacate, etc.) e as chamadas Grandes Sociedades (Fenianos, Democráticos, Embaixadores, Pierrôs da Caverna, Tenentes do Diabo, etc.) foram as primeiras a desfilar na Avenida Central, hoje Rio Branco. Desde o começo do século XX, alguns compositores se destacaram, como Arquimedes de Oliveira, autor de “Vem cá, mulata”, e Costa Júnior (“No bico de chaleira”). Em 1917, Donga (Ernesto dos Santos) registrou o primeiro samba carioca, “Pelo telefone”. Em 1927, surgiu a primeira escola de samba, Deixa Falar. A partir dos anos 1920, começaram a desenvolver-se  batucadas, gênero musical que perdura ainda hoje, e o número de compositores cresceu bastante, cabendo exaltar Pixinguinha,  Heitor dos Prazeres, Eduardo Souto, Freire Júnior, Caninha, e, principalmente, Sinhô (J. B. da Silva, 1888-1930), autor de “Jura”, “Fala, meu louro”, “Não quero saber mais dela”, etc. De um modo geral, o período de 1930-1950, abrange uma fase riquíssima do carnaval carioca. É quando surgem compositores e letristas do nível e importância de Ary Barroso, Ataulfo Alves, Ismael Silva, Noel Rosa, Lamartine Babo, Benedito Lacerda, Antônio Nássara, Wilson Batista, Assis Valente, João de  Barro, Pedro  Caetano, Herivelto Martins, Haroldo Lobo,Roberto Martins, Armando Cavalcanti, etc.  Alguns anos após a abertura da Avenida Vargas (1942), permitiu-se ali o desfile das escolas de samba, que, nos anos 1980, passaram a desfilar no Sambódromo, na rua Marquês de Sapucaí. Mas, a essa altura, o carnaval passou a ser objeto de comércio e quase não houve mais quem fizesse sambas para o evento. As exceções foram de compositores ligados a escolas de samba. Desde fins dos anos 1940, com Paulo da Portela, vários sambas-enredo ficaram famosos, sobretudo “Tiradentes” (1955), “Chica da Silva” (1963), “O mundo encantado de Monteiro Lobato” (1967), “Iaiá do cais dourado” e “Bahia de todos os deuses”, ambos de 1969.

Últimas