Rivais, Celtic e Rangers decidem ficar de pé em manifestação contra o racismo

21/03/2021 11:40
Por Estadão

Celtic e Rangers empataram em 1 a 1 neste domingo no maior clássico do Campeonato Escocês, chamado de “Old Firm Derby”. Porém, apesar da rivalidade dentro das quatro linhas, as duas equipes se uniram contra o racismo e decidiram não se ajoelhar antes da partida. O ato ocorreu por conta de denuncias de discriminação racial sofrida por Glen Kamara, do Rangers.

O meia finlandês teria recebido ofensas racistas de um adversário na última quinta-feira, em jogo pela Liga Europa, em que o Rangers foi derrotado em casa pelo Slavia Praga, da República Checa. A partida terminou 2 a 0 para a equipe do leste europeu, que avançou às quartas de final no placar agregado de 3 a 1. A Uefa, que comanda o futebol europeu, disse na sexta que abriria uma investigação sobre a atitude preconceituosa.

Antes do duelo, Steven Gerrard, comandante do Rangers e ídolo do futebol inglês, confirmou que o ato de os times não se abaixarem foi tomado em comum acordo. “Nós não vamos nos ajoelhar. Nós conversamos com os dois capitães e eles tiveram uma decisão coletiva de permanecer de pé e juntos lado a lado, e nós vamos apoiar e seguir a decisão a comissão técnica toda também.”

Enquanto os jogadores das duas equipes permaneciam de pé, uma mensagem foi mostrada no letreiro que contorna o gramado. A frase dizia: “Mostre o cartão vermelho para o racismo”. Gerrard explicou ainda que não teve conhecimento da reunião entre os dois capitães, mas que prontamente aderiu à decisão. “Eu compreendo totalmente a decisão que eles tomaram.”

“Nós conversamos com o Rangers e concordamos em não fazer isso”, declarou o técnico interino do Celtic, John Kennedy. “Isso provavelmente perdeu seu impacto nos últimos tempos, então nós mandamos uma mensagem muito mais forte se ficarmos de pé e unidos. Racismo e qualquer tipo de ódio em nossa sociedade, mas também no futebol, é lamentável. Nós queremos dar todo o suporte que pudermos”, completou.

Na ocasião, Glen Kamara ficou visivelmente furioso depois que Ondrej Kudela falou algo em seu ouvido, mas com a mão à frente da boca, impossibilitando qualquer leitura labial. O ato do jogador checo deixou o clima ainda mais tenso. O Slavia Praga negou qualquer tipo de racismo e, em comunicado oficial, disse que Kudela foi agredido por Kamara após a partida. O zagueiro afirmou que seus comentários não tiveram cunho discriminatório.

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