Rodoviários se reúnem com a Prefeitura nesta terça-feira para pedir apoio sobre atraso de salários

01/02/2021 19:22
Por Luana Motta

Trabalhadores das empresas Petro Ita e Cascatinha afirmam que não receberam o valor total de 40% do adiantamento salarial, atrasado desde o dia 25 de janeiro, até o início da noite desta segunda-feira (1º). Na última sexta-feira (29/1), após os profissionais ameaçarem uma paralisação, as empresas depositaram 50% do valor, mas ainda não definiram a data que o restante do pagamento será feito.

Representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários vão se reunir nesta terça-feira (2) com a Prefeitura para apresentar a situação e pedir apoio do governo municipal para que os pagamentos sejam regularizados. As empresas negam que o pagamento tenha sido parcial, e afirmam que todo o valor atrasado foi quitado no sábado (30).

O valor que está em atraso é referente a adiantamento do pagamento de janeiro – 40% do salário que é pago sempre no 25º dia do mês. Em via de regra, o restante é pago até o quinto dia útil de cada mês. Segundo o sindicato, após a pressão, as empresas depositaram apenas 20% do total do salário na conta dos trabalhadores.

O Sindicato informou que durante a reunião desta segunda-feira, o representante das empresas disse que o pagamento está sendo feito conforme a disponibilidade financeira, e não fecharam uma data para finalizar o pagamento. O sindicato dos trabalhadores decidiu se reunir com a Prefeitura antes de anunciar o início de uma possível paralisação.

“A intenção é que, antes de prejudicar todo o andamento do cotidiano da cidade com uma paralisação, nós respeitemos os outros trabalhadores de outras categorias. A reunião tem o intuito de apresentar a gravidade do problema para, juntos, encontrarmos uma solução para o problema. Até porque, se a empresa só conseguiu efetuar 20% do pagamento, ficamos muito receosos quanto ao pagamento do salário do próximo mês”, informou o sindicato.

Empresas dizem ter feito “quitação total”

O Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Petrópolis (Setranspetro) negam que só tenham pago parte do adiantamento. Em resposta à Tribuna, o Setranspetro afirma que “as empresas de ônibus Petro Ita e Cascatinha realizaram a quitação total do adiantamento dos rodoviários no sábado (30). Até a tarde de sexta-feira, 80% da folha já havia sido integralmente paga. As operadoras seguem mantendo a operação normalmente e não medem esforços para cumprir com todos os compromissos, mesmo com o agravamento da crise econômica e financeira provocada pela pandemia”, diz o texto.

Leia a nota das empresas de ônibus:

“Diferente do que tem acontecido em diversos municípios do país, todos os rodoviários em Petrópolis continuam recebendo seus respectivos salários e benefícios. No fim do ano passado, enquanto os municípios vizinhos parcelavam o 13° salário em diversas vezes, as empresas de ônibus em Petrópolis conseguiram empréstimos a juros com instituições financeiras, para manter em dia o compromisso com os profissionais.

As empresas de ônibus em Petrópolis continuam enfrentando a maior crise econômica e financeira de todos os tempos no transporte público, com prejuízo acumulado superior a R$ 42 milhões, entre os meses de março e dezembro, sem nenhum tipo de ajuda emergencial e qualquer previsibilidade de melhora no faturamento.

Logo no início da pandemia, entre os meses de março e abril, as empresas chegaram a transportar apenas 25% dos passageiros pagantes. Desde então, essa recuperação acontece gradualmente, sendo registrado, em novembro, pouco mais que 65% dos clientes, tendo como base a quantidade que era transportada antes do Coronavírus. O mês de janeiro deste ano, já é considerado o pior mês da história do transporte público em Petrópolis.

Desde o início da pandemia, o Setranspetro protocolou uma série de pedidos de ajuda ao município e também apresentou a situação à Câmara Municipal de Petrópolis, demonstrando a preocupação com a continuidade dos serviços. O documento, além do pedido de ajuda financeira, expõe algumas propostas para a diminuição do custo imediato do sistema e melhorias da mobilidade urbana, que contribua com a fluidez no trânsito, fazendo com que os ônibus cumpram os horários”.

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