Saindo do vermelho
Quando o Partido dos Trabalhadores conquistou o poder executivo federal, no princípio do atual século XXI, graças ao apoio (ou vacilo?) do PSDB e de outras siglas, todos entramos no vermelho, sob bandeiras da cor do sangue.
Era uma nova era política, que vinha das “diretas já”, prometendo total e irrestrita redenção ao povo desesperançado.
Em verdade, no apanhado de tudo, não existiam projetos de governo, senão uma sucessão perdigotada em discursos vazios de promessas e providências que a população desejava ver implantadas e queria ouvir.
O líder vinha do Nordeste por origem e da pauliceia por atuação política, prometendo pactos com deus, o diabo e a terra do sol. Usou e abusou de catilinárias, no estilo e modelo das lideranças da esquerda mundial, misturando tudo e convocando aos palácios de Brasília, antigos perseguidos (e perseguidores) políticos anistiados e cheios de dor de cotovelo e sob intimidade com o revanchismo.
O projeto era para, no mínimo, três décadas, intenção facilitada pelo anterior presidente, Fernando Henrique, que emendara a constituição, criando a reeleição, um erro lamentável que precisa ser corrigido, extirpando o casuísmo nunca anteriormente existente em nossa história política.
Com a máquina do poder nas mãos sob conivência do legislativo composto por alguns representantes com largo percentual de indignidade, alguns empresários de feitio mafioso, além dos companheiros melados pelas facilidades que encontravam, o petismo esbordoou-se fragorosamente diante dos sucessivos escândalos propiciados pela corrupção, desmandos, olhos vesgos, violência urbana e do campo, levando à prisão e ao descredito os homens e mulheres aquecidos sob o largo sobretudo do presidente. E até ele recebeu voz de prisão!
Pasmada, a população digna, viu ascender à poltrona larga do poder uma antiga miltante da ação revolucionária contra o governo dos militares, figura extraordinariamente desprovida de bom senso e competência, autora de um febeapá mais substancioso do que aquele revelado pelo imortal pensador Stanislaw Ponte-Preta, o saudoso jornalista Sérgio Porto, ou o folclore político desvendado pelo jornalista Sebastião Nery.
E ela acabou saindo e deixando o poder ao vice, que nos assombra com seus dedos e mãos de prestidigitador, sempre pronto a tirar coelhos ilusórios de sua cartola.
Sina de nosso povo, que não sabe ou não quer votar melhor ou porque as candidaturas que se apresentam são de arrepiar porcos-espinhos.
No atual desfibramento que o judiciário seleciona, na apuração do malfeito, aqueles alijados do poder ou com redução de prestígio acusam aos quatro ventos que os processos atendem a perseguições políticas. Puro desespero pela falta de provas que inocentem, diante aquelas que tem gerado punições.
Enfim, as três décadas do lulopetismo ficaram reduzidas um pouco mais da metade, já que nas eleições de 2018, sob uma bagunça total, estaremos, finalmente saindo do vermelho;
Do pt, é claro!