SAMU: 20% das ligações são trotes

15/01/2017 07:00

Quem passa trote ocupando a linha telefônica do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), em Petrópolis, poderá ser penalizado com multa. Foi publicado no Diário Oficial do Município (DO) nesta semana uma lei municipal que institui punição financeira aos responsáveis pelas linhas de onde partiu o trote. O valor e os meios de aplicação ainda serão regulamentados pelo Poder Executivo. 

Atualmente a Central Reguladora Serrana do Samu, que fica na Barão do Rio Branco, recebe mais de 200 ligações por dia. Destas, pelo menos 20% são trotes. O número pode parecer pequeno, mas pode prejudicar muita gente. Isso porque, mesmo que o trote não mobilize equipe com ambulância, enquanto a linha está ocupada há vários pacientes na fila de espera, aguardando que a equipe atenda a ligação. 

“A pessoa que aplica o trote não tem consciência de que enquanto ela ocupa a linha, tem gente precisando muito do atendimento. Mesmo que ela não mobilize ambulância, o que já chegou a acontecer”, disse Anamaria Ozorio, coordenadora médica da instituição. Segundo ela, numa ocasião, a ambulância chegou a ser deslocada para um bairro da cidade onde havia um falso trabalho de parto. Ao chegar no local, não havia ninguém. “Esses trotes são muito prejudiciais para a população. A pessoa tem que entender que, enquanto ela passa trote, algum parente pode precisar da ambulância”, completou. 

Atualmente o Samu conta com um identificador de chamadas onde, no caso de telefones públicos, é possível saber a localização. “Quando alguém liga e é de um orelhão, a gente sabe exatamente onde é. Agora só falta punir”, concluiu. 

Com a nova lei, a sanção passará a ser aplicada de forma educativa. O coordenador regional Claudio Lazaro gostou da novidade. “Essa lei vai transformar o trote em crime. Temos tido prejuízo com isso, e agora a esperança é que essa lei resolva parte desse problema. É muito importante e veio na hora certa!”, declarou. 

Segundo Claudio, a maior parte dos trotes ao Samu vem de telefones públicos (orelhões) próximos a escolas. “Em período escolar é pior. As crianças saem das escolas e passam trote. Nós temos observado isso. A maioria é criança, e usa telefone público porque a ligação é gratuita”, completou. A base do Samu em Petrópolis atende à sete municípios da Região Serrana. 



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