Santa Madre Teresa de Calcutá
Sempre admirei a Madre Teresa seus gestos, as obras e os incontáveis exemplos legados à humanidade. Recorda-me o dia quatro de setembro de 2016 e se completa seis anos, fiquei atento à TV ao assistir a cerimônia de canonização da missionária junto aos mais de quinhentos mil fiéis que se acotovelavam na Praça de São Pedro no Vaticano em Roma. Em dois mil e três quando o SS Papa João Paulo II a beatificou ele pronunciou que “ela era o mais profundo significado da palavra serviço” porque dedicou sua vida aos “famintos, sedentos, estranhos, desnudos, doentes e prisioneiros”.
Pelas regras da Igreja uma pessoa só se torna santa depois de comprovados pelo menos dois milagres. Um deles foi através da indiana que sofria de câncer, isso em 1998, o segundo foi a cura de um brasileiro. Seu nome é Marcílio Haddad Andrino, engenheiro que padecia de doença grave e por intercessão de Madre Teresa foi restabelecido. Causou emoção a presença de nossos irmãos no altar levando a gratidão e a prova do amor de Deus brotados do coração desta santa maravilhosa. Independente dos milagres publicados e aceitos o maior deles é o seu amor e a vida totalmente devotada aos desassistidos e excluídos ante a pobreza, a doença, a guerra e a fome.
A canonização dessa extraordinária mulher é um dos mais importantes sinais no Ano Jubilar da Misericórdia. É a resposta da Igreja aos inúmeros problemas que afligem a maioria da população a exemplo da injustiça, guerra, fome, doença e da opressão. Sua vida me faz lembrar uma das parábolas bíblicas quando discorre sobre o doutor da lei que perguntou a Jesus o que deveria fazer para ganhar a vida eterna. E Jesus foi objetivo ao lhe dizer “ama a Deus e ao próximo sobre todas as coisas”.
O Missionário é pequeno na aparência, mas, grande na concretude. Madre Teresa se assemelhou ao samaritano que descia de Jerusalém para Jericó. Ela cruzou com esses mesmos pobres pelas ruas de Calcutá. Ali ela curou a ferida e aplacou a fome. Ela no decorrer da vida não precisou se sentar em mesas de reuniões para formar estratégias ou soluções políticas, arregaçou as mangas e buscou a solidariedade interpelando as pessoas e suas consciências. Cumpriu a missão.
Os ricos avarentos deveriam se envergonhar dessa gigante ou então se despir de suas vestes de linho engomado, dos bordados em ouro e estender a mão ao irmão. Jesus escolheu a pobreza e a pequenez. Resta comprovado que os pequenos gestos concretos principalmente os da solidariedade e de amor tocam fundo o coração do Senhor. Nesse pormenor me reporto a São Bernardo que pontificou : “o amor não exige motivo nem fruto. Seu fruto é o próprio ato de amar. Amo porque amo.”
Ah como nos ensina a Santa Madre Teresa! Reflitamos sobre suas palavras: “Quando descanso? Descanso no amor. O senhor não daria banho a um leproso nem por um milhão de dólares? Eu também não. Só por amor se pode dar banho a um leproso. Um coração feliz é o resultado inevitável de um coração ardente de amor. Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota.” Que a Santa Madre Teresa de Calcutá vele e interceda por nós à Mãe Santíssima de quem foi fiel guardiã tendo em vista que nem sempre pobres de vestuário, de alimento ou de remédios, mas, carentes do dom da caridade, da conciliação e da fraternidade.
Deixamos o tempo transcorrer “in albis” sem conjugarmos o verbo amar. A Santa Madre Teresa de Calcutá viveu diferente. Entendeu e por isso se revelou e mereceu a honra dos altares. Desnudou-se por inteiro dos bens terrenos por amor aos pequeninos porque sua acuidade, percuciência e coração bom e puro entendeu que Deus é amor.