Santos cede igualdade ao Vila Nova em jogo fraco em Goiânia, mas mantém a liderança da Série B

18/jul 22:07
Por Estadão

Embalados na Série B e com campanhas idênticas nos últimos cinco jogos, de quatro vitórias e um empate, Santos e Vila Nova-GO prometiam uma grande espetáculo no Estádio Onésio Brasileiro Alvarenga, o OBA, em Goiânia, nesta quinta-feira, em duelo que valia a liderança isolada. O apresentado em campo, porém, foi um futebol pouco atrativo de ambos os lados, com pouca ambição, lentidão e melhor aos paulistas, que se mantiveram na frente após sair em vantagem e ceder o empate, por 1 a 1. Os goianos continuam em segundo, com 28 pontos, mas podem ser superados pelo América, caso os mineiros batam o Amazonas no sábado.

Mesmo jogando 18 minutos com um a mais após a expulsão de Henrique Almeida no segundo tempo, o Santos não mostrou apetite para se lançar ao ataque e buscar os três pontos. Foi somente um chute com perigo, para fora, de João Schmidt, em demonstração que a igualdade estava de bom tamanho.

O empate levou os santistas aos 29 pontos, diante de 28 dos goianos. Com 26, o América-MG pode se igualar ao líder, porém tem vitórias a menos (9 a 7 atualmente). Apesar do futebol pobre, o Santos aumentou sua invencibilidade, mas viu a defesa que vinha intacta ser vazada.

Desde 14 de junho, quando levou 1 a 0 em visita ao Operário-PR, no Germano Krueger, em Ponta Grossa, que o favorito da Série B não sabe o que é perder na competição. São seis jogos sem derrotas, com quatro vitórias e dois empates e apenas este gol do Vila Nova sofrido. A volta a campo ocorre na segunda-feira, na Vila Belmiro, diante do Coritiba.

Separados por um ponto na tabela e prometendo “clima de decisão”, goianos e santistas queriam manter o bom momento na Série B e evitar a aproximação da concorrência. O pensamento dos visitantes, além da manutenção da liderança isolada, era manter a defesa intacta – não sofreu gols nos últimos cinco jogos.

Por outro lado, os goianos queriam findar com a sequência de cinco jogos sem tropeços dos santistas para não apenas subir ao topo da tabela, como dar mais um passo ao sonhado acesso. Desde 1985 que o Vila Nova não disputa a elite nacional.

Com o estádio lotado, a ideia dos goianos era aproveitar a pressão das arquibancadas em seu “caldeirão” para vazar o goleiro Gabriel Brazão. E o começo foi com postura adiantada, investindo em cruzamentos. Maduro, o Santos cadenciava a partida com troca de passes sem velocidade, mas preservando a posse.

Diminuir o entusiasmo e encaixar um contragolpe parecia a meta de Fábio Carille. Trabalhando bem a bola em passes de primeira, Escobar cruzou para Serginho abrir o marcador. O meia, contudo, errou a finalização, sozinho na área, possivelmente atrapalhado pela iluminação do estádio. Com metade a etapa inicial, o Santos já tinha o total domínio do jogo.

Em uma bola cabeceada por Furch que terminou em toque no braço de Quintero, o árbitro foi chamado ao monitor do VAR e ficou por quase quatro minutos debatendo o que decidir no lance. Nada acabou marcado por desvio no peito antes, descaracterizando a penalidade.

Depois de uma enorme queda de rendimento, a partida se arrastava para o fim da primeira etapa. Mas ainda deu tempo de João Schmidt, para o lado errado, cabecear e exigir milagre de Brazão. O goleiro salvou o fogo amigo na única chance do Vila Nova, que prometeu muito e entregou pouco na fraca etapa inicial em Goiânia.

O começo da etapa final veio com uma lambança da defesa santista e outra defesa importante de Brazão. Jair e Gil espanaram na tentativa de corte, a bola foi para trás e Henrique Almeida bateu em cima do goleiro. Pela segunda vez no jogo os santistas iam entregando ao Vila Nova.

Na primeira bola que conseguiu mandar na direção do gol até então, o Santos abriu o marcador. Após desvio de Serginho, Furch, também de cabeça, mandou entre as pernas do goleiro Dênis Júnior, desencantando após 14 partidas – não fazia desde a segunda rodada, dia 26 de abril, nos 2 a 0 sobre o Avaí em Florianópolis. O gol deixou os visitantes à vontade em campo e Otero quase ampliou.

Bastava ao Santos manter a defesa intransponível das últimas rodadas para ganhar fôlego no topo – dormiria com quatro pontos na frente. Ocorre que após uma cobrança de escanteio, os marcadores deixaram o zagueiro Jemmes livre e a cabeçada acabou indefensável.

Lento e pouco produtivo, o Santos começou a sofrer com a pressão dos goianos. Para dar mais velocidade e tentar resgatar os contra-ataques, Carille optou pelas entradas de Pedrinho e Miguelito na vaga de seus armadores.

A expulsão de Henrique Almeida, aos 31 minutos, foi uma ducha de água fria no ímpeto do Vila Nova. O atacante iria anotar um golaço ao dar chapéu no defensor, mas a bola acabou adiantada e ao esticar a perna, atingiu o goleiro santista com muita força, levando o segundo amarelo e o consequente vermelho.

O Vila Nova se fechou com a desvantagem numérica, o Santos pouco ameaçou o gol de Dênis Júnior, com muitos toques de lado e pouca objetividade, e o resultado acabou agradando a ambos.

FICHA TÉCNICA

VILA NOVA-GO 1 x 1 SANTOS

VILA NOVA-GO – Dênis Júnior; Elias, Quintero, Jemmes e Rhuan; Ralf (Luciano Naninho), Cristiano e Arilson; Juan Christian (João Vitor), Henrique Almeida e Alesson (Marcondes). Técnico: Luizinho Lopes.

SANTOS – Gabriel Brazão; JP Chermont (Souza), Gil, Jair e Escobar (Hayner); João Schmidt, Diego Pituca, Serginho (Miguelito) e Otero (Pedrinho); Guilherme e Júlio Furch (Willian Bigode). Técnico: Fábio Carille.

GOLS – Furch, aos 10, e Jemmes, aos 19 minutos do segundo tempo.

CARTÃO AMARELO – Não houve.

CARTÃO VERMELHO – Henrique Almeida (Vila Nova).

ÁRBITRO – Rodrigo José Lima Pereira (PE).

RENDA E PÚBLICO – Não disponíveis.

LOCAL – Estádio Onésio Brasileiro Alvarenga, em Goiânia (GO).

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