Santos Dumont, do LNCC, está entre os 500 supercomputadores mais potentes do mundo

30/11/2020 17:42

O supercomputador Santos Dumont – que homenageia no nome o pai da aviação – voltou a figurar no ranking dos 500 supercomputadores mais potentes do mundo. A lista, divulgada no mês de novembro em conferência realizada na cidade de Atlanta, nos Estados Unidos, tomou como referência os dados submetidos até o dia 30 de outubro (este ano também houve divulgação realizada no mês de junho, e Frankfurt, na Alemanha).

Com seus 5,1 petaflops (Floating Point Operations Per Second – Operação de Pontos Flutuantes Por Segundo), o Santos Dumont, que fica no Laboratório Nacional de Computação Científica – LNCC (unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações – MCTI), localizado em Petrópolis/RJ, é capaz de realizar 5,1 quatrilhões de operações matemáticas por segundo.

Tanta capacidade de processamento ajudou o supercomputador mais rápido da América Latina a ocupar a posição de número 276 do ranking mundial, elaborado em 1993 pelo projeto TOP500/GREEN500 LISTS. Duas vezes ao ano, são realizadas as conferencias de Conferências de Alta Performance. Na 56ª edição, o líder do ranking foi o supercomputador japonês Fugaku, que permanece na posição, após o salto de 7,299,072 para 7,630,848 núcleos.

Em dezembro do ano passado, o Santos Dumont também teve a capacidade expandida de 1,1 petaflops para 5,1 petaflops, quintuplicando a capacidade de processamento. A expansão, inaugurada com a presença do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, foi viabilizada a partir da destinação de 1% das receitas provenientes da extração do pré-sal do campo de Mero, na Bacia de Santos.

Aplicações científicas

No dia 11 de março, a Organização Mundial da Saúde – OMS declarou que a pandemia do novo Coronavírus. Duas semanas depois, cientistas do LNCC/MCTI (em parceria com pesquisadores da UFMG e UFRJ) anunciavam o sequenciamento de 19 genomas da Covid-19, no tempo recorde de 48h, contando com amostras de pacientes dos estados do Rio e Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul e São Paulo.

“A disponibilização de supercomputação em escala petaflópica no país permite aos pesquisadores brasileiros tratar problemas em escalas antes inimagináveis. Não se trata, portanto, somente de quantidade de projetos atendidos. Temos relatos de pesquisadores que, graças ao Santos Dumont, conseguem hoje produzir resultados em tal volume em suas pesquisas que a maior dificuldade dos mesmos passou a ser o gerenciamento e a extração do conhecimento gerado a partir desses resultados. A consequência natural desse processo é um aumento no impacto da pesquisa brasileira e na sua visibilidade internacional”, avalia o coordenador do comitê gestor do supercomputador Santos Dumont, Antônio Tadeu Gomes.

O supercomputador auxilia, atualmente, cerca de 230 projetos de pesquisas, incluindo estudos sobre a exploração de petróleo e gás, carvão mineral, energias renováveis e fenômenos climáticos. Na área da saúde, o sistema apoia pesquisas sobre os vírus da Zika, HIV e Dengue, assim como investigações relacionadas ao novo Coronavírus

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