Saúde

07/06/2017 08:00

Decorridos mais de cinco meses do novo governo municipal, ainda não é possível vislumbrar melhorias no sistema de saúde pública de Petrópolis. Principalmente, ainda faltam médicos nos postos de saúde. E há outras carências: não temos, pasmem, nenhum reumatologista no sistema. Faltam geriatras, ginecologistas, endocrinologistas, urologistas, hematologistas, psiquiatras e muitos outros profissionais. Os médicos de família, cada vez mais desmotivados, agora têm enfermeiros como chefes, enfermeiros, como não houvesse nenhum médico com capacidade de assumir cargos de direção.

Independência, um dos nossos bairros mais populosos e carentes continua sem clínico geral. Siméria e Fazenda Inglesa estão há seis meses sem médico de família. Agora, dizem que serão lotados profissionais do programa mais médicos. Infelizmente serão recém-formados ou sexagenários como eu, em final de carreira, que não ficarão muito tempo, não produzindo vínculo com a comunidade e logo tendo de ser trocados. Com os salários que o município paga fica muito difícil preencher as vagas. 

Um estudante de medicina paga perto de sete mil reais de mensalidade na Faculdade de Medicina de Petrópolis e, depois de formado, recebe dois mil reais da Prefeitura. Moradores da Posse não se cansam de dizer que também lá no distrito que fica 42 de distância do centro, não há médicos disponíveis. As farmácias do SUS continuam com grande falta de medicamentos, fazendo com que as ações de obrigação de fazer aumentem cada vez mais na 4ª Vara Cível, brilhantemente dirigida pelo juiz Jorge Luiz Martins. Judicialização total, visto que as filas de cirurgia, internação, exames continuam e algumas até aumentaram. 

Bolsas de colostomia, para cirurgias, na sua maioria de câncer intestinal, que eram disponibilizadas todos os dias, hoje só são fornecidas às sextas-feiras, no Centro de Saúde. Nada de melhora. Continuamos como caranguejos a andar para trás. Alguns desavisados dizem que a culpa é da crise, que o estado não fornece o dinheiro que deveria. Que muitos perderam o emprego e consequentemente os planos de saúde. Concordamos em parte. Hoje temos só no centro histórico pelo menos oito clínicas populares, mostrando que o SUS, não está funcionando a contento. Pois quem já está sem dinheiro ainda é obrigado a procurar atendimento médico pago, ou comprar remédios inexistentes nas farmácias do SUS, para tentar minorar seus males. As entidades médicas, Conselho, Associação e Sindicato, que não foram consultadas no início do governo do jovem Bernardo Rossi, continuam à disposição para ajudar no que for possível. É preciso melhorar a gestão. A população merece.

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