Saudita liga negociações com Israel à questão palestina

21/09/2023 08:02
Por Redação, O Estado de S. Paulo / Estadão

O príncipe herdeiro saudita, Mohamed bin Salman, disse em entrevista à Fox News, transmitida nesta quarta, 20, que as negociações em andamento sobre Israel significam que a normalização das relações entre os dois países está “mais próxima”. O tratamento dos palestinos, porém, continua sendo uma questão “muito importante” a ser resolvida.

A Arábia Saudita está discutindo um grande acordo com os EUA no qual normalizaria as relações com Israel em troca de um pacto de defesa com os americanos e ajuda no desenvolvimento do seu próprio programa nuclear civil. Os sauditas disseram que qualquer acordo exigiria grandes progressos rumo à criação de um Estado palestino, o que é difícil de vender para o governo mais religioso e nacionalista da história de Israel.

Conhecido como MBS, o líder de fato da Arábia Saudita foi questionado durante a entrevista sobre o que seria necessário para normalizar as relações com Israel. “Para nós, a questão palestina é muito importante. Precisamos resolver essa parte”, disse ele. Em trechos divulgados antes da transmissão, ele acrescentou que houve “boas negociações” até o momento.

Diplomacia

O príncipe negou relatos de que as negociações haviam sido suspensas, dizendo que a normalização está “cada dia mais próxima”. A entrevista foi ao ar logo depois que o presidente Joe Biden se encontrou com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu. Ambos estavam em Nova York para a Assembleia-Geral da ONU. No encontro, os dois também conversaram sobre Arábia Saudita.

Israel normalizou as relações com outras nações árabes – Emirados Árabes, Bahrein, Sudão e Marrocos -, mas seu reconhecimento pela Arábia Saudita é visto como um prêmio histórico na diplomacia do Oriente Médio, dado o papel do reino como guardião dos locais mais sagrados do Islã. Tanto Israel como Arábia Saudita partilham uma hostilidade mútua em relação ao Irã, Estado xiita rival dos sauditas.

Bin Salman deu poucas entrevistas aos meios de comunicação ocidentais, especialmente desde o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, em 2018, um dissidente saudita e colunista do Washington Post, numa operação levada a cabo por agentes sauditas que a inteligência dos EUA diz ter sido aprovada pelo príncipe. MBS negou qualquer envolvimento.

Desde então, o reino conseguiu abandonar qualquer status de pária que tinha, uma vez que mudou o foco para importantes iniciativas diplomáticas e para seu plano de reformas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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