Sem aluguel social, moradores fazem amanhã manifestação na Praça Dom Pedro

12/08/2016 19:30

Um grupo de pessoas que depende do aluguel social está organizando uma manifestação prevista para acontecer às 9h de amanhã (13), na Praça Dom Pedro II, protestando contra os atrasos constantes no pagamento do benefício, que é efetuado pelo Governo do Estado. 

A dona de casa Joelma Soares, que perdeu a sua casa em janeiro de 2011, no bairro Nova Cascatinha, agora luta a cada mês para receber o benefício do aluguel social, direito que havia sido garantido pelo próprio Governo Estadual. “Eles demoliram minha casa me prometendo dar outra. Eu já construí uma, não tenho condição de construir outra casa agora. Então, enquanto as casas populares não ficam prontas, ficou acordado que eu receberia o aluguel social. Na época fiquei insegura, foi ruim ver a casa sendo destruída, mas eu confiei neles”, disse. 

Joelma mora com o marido, que tem problemas cardíacos, sua sogra que acabou de sofrer um derrame cerebral e um filho desempregado. “Meu marido colocou uma válvula no coração e agora vai ter que passar por um processo cirúrgico novamente. Além disso, tenho minha sogra pra cuidar, porque ela sofreu um derrame e o meu filho não conseguiu um emprego até agora. Está complicado. Como se já não bastasse tudo isso, o Estado está atrasando todo mês o pagamento do aluguel social, deixando a gente de mãos atadas. Não sabemos mais o que fazer. Não temos condição de pagar o aluguel e fazer tudo isso. O único que trabalha é o meu marido e, mesmo assim, ele não tem condições, porque necessita de cuidados especiais”, revelou Joelma.

A dona de casa do Nova Cascatinha não é a única que enfrenta problemas para receber o benefício. Outras dezenas de petropolitanos também estão passando pela mesma situação. 

Jaqueline de Oliveira e Silva, do Morin, não recebe o pagamento referente ao aluguel social desde o mês de junho. “Eles atrasaram o de maio, aí pagaram em junho e, desde então, eu não recebi mais nada. Ou seja, estou com as parcelas de junho, julho e agora agosto atrasadas. Estão pagando pingado para uns, mas muita gente está zerado, sem receber nada”, disse.

A tia de Jaqueline, Andreia de Souza, de 46 anos, que também morava no Morin e teve sua casa destruída na tragédia de 2013, não recebeu nenhuma das parcelas do aluguel. “Estou com medo de ser despejada. Se não fosse o dinheiro do meu marido eu estava ferrada. Ia morar na rua”, disse, indignada.

A Tribuna questionou o Governo do Estado do Rio de Janeiro sobre a situação do aluguel social, perguntando sobre a possível regularização do pagamento, porém até o fechamento desta reportagem nossa equipe não obteve resposta. 


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