Sem educação não há igualdade nem transformação social: precisamos falar de cidadania e anticorrupção
A iniciativa do Senador Flavio Arns, contida no PL 3.465/2019, que inclui temas de CIDADANIA e COMBATE À CORRUPÇÃO nos currículos da educação básica, merece aplausos, aguardando a sociedade ansiosa pela tão sonhada lei federal. Sem dúvida, as inclusões permitirão que crianças, desde cedo, tenham contato com temas importantíssimos, incorporando-os em suas vidas. Além disso, essas mudanças permitirão que uma cultura de integridade seja disseminada pelos alunos à família, à sociedade, ao mundo.
Nesse contexto, os conceitos pautados em princípios éticos e democráticos, que certamente serão debatidos nas escolas, contribuirão para o exercício da cidadania e o combate à corrupção na política, na medida que, futuramente, mais pessoas honestas se candidatarão e serão eleitas para cargos políticos, por exemplo.
Infelizmente, a sociedade convive com atos corruptos há séculos e não é novidade a troca de votos de eleitores por favores políticos, mesmo sendo conhecido o alto preço pago por todos os cidadãos. A justiça até tenta reprimir a corrupção, com leis, prisões, multas, mas ainda o modelo social e a falta de ética e cidadania, que imperam no Brasil, falam mais alto. Está no sangue do povo, dizem.
Para que haja mudança, é preciso educar, mas educar com seriedade, eficiência, comprometimento, sabedoria. É preciso construir “pontes de cidadania” , que ajudarão a sociedade seguir pelo caminho certo e reto, sem atalhos, sem “jeitinhos”. Os alunos de hoje serão os coautores desta construção e contribuirão para um Brasil mais justo e íntegro.
Também o papel da escola na formação do cidadão deve ser repensado. Desenvolver habilidades e conhecimentos de professores e alunos, para que tenham compreensão de seus direitos e deveres, é fator preponderante para alcançar as mudanças tão almejadas. As crianças precisam participar ativamente da vida pública do país, durante o período escolar ainda, promovendo a fixação desse valor cultural à sociedade, muitas vezes apática aos acontecimentos nada éticos, já sem forças para lutar por seus direitos.
É preciso salvar o Brasil da corrupção, que mata diariamente milhares de pessoas, antes que o próprio Brasil morra afogado nesse lamaçal obscuro e corrupto, que invade cada canto dele. É preciso exercitar a cidadania desde cedo e sem medo. É preciso mudar.