Sem planejamento, trânsito caótico pode ser obstáculo para Bauernfest

Para os taxistas, a fiscalização precisa ser reforçada em todos os bairros para melhorar o trânsito

30/07/2022 18:25
Por João Vitor Brum

Quem precisa circular pela cidade de carro de passeio ou ônibus, independente do bairro e horário, enfrenta o caos no trânsito. Falta fiscalização e sobram irregularidades, estacionamento irregular, desrespeito às normas de trânsito e, agora, a falta de mobilidade em razão das diversas obras que estão sendo realizadas em vias troncais. Com a proximidade da Bauernfest, a preocupação fica ainda maior, e uma das principais reclamações de quem trabalha no trânsito é a falta de diálogo com a CPTrans e a fiscalização quase inexistente nos bairros e ineficiente no Centro.

Para profissionais que atuam diretamente no volante, como taxistas e motoristas de ônibus ou de aplicativos, os problemas com a mobilidade em Petrópolis representam prejuízos diretos. 

“Está um caos. A operação do táxi está muito difícil em toda a cidade. Carros particulares parando nas vagas para taxistas constantemente, nas vagas de idosos, de deficientes. De ônibus, então, nem se fala. Carros em fila dupla também. As ruas ficam sem mobilidade para uma viatura passar, uma ambulância. Tinham que espalhar mais os agentes. Não se vê agentes, por exemplo, na Ponte Fones, no Bingen, Itamarati, Corrêas”, disse Bruno Dias, representante dos taxistas de Petrópolis.

Foto: Divulgação

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Na última edição presencial da Bauernfest, em 2019, Petrópolis recebeu mais de 350 ônibus de turismo em apenas um fim de semana, além de carros de passeio e vans turísticas. Nos 17 dias de festa, segundo dados da Prefeitura, foram mais de 1,5 mil veículos turísticos. A preocupação dos motoristas que trabalham regularmente com o transporte de passageiros é a falta de planejamento para adequar o trânsito ao aumento do fluxo durante os dias da festa.

Uma das principais reclamações é a falta de diálogo com as autoridades que operam o trânsito.

“Não tem diálogo com ninguém, não perguntam nada. Às vezes, alteram alguma rua ou fecham alguma rua e não avisam ninguém. Hoje em dia a gente não consegue mais ter diálogo com a CPTrans. Não é questão de sabermos mais do que ninguém, mas a gente vive na rua, então sabe de um acidente em tempo real, conhece um desvio, e não tem mais esse diálogo. O negócio é fazer a cidade andar, porque vão ter muitos turistas, e eles sempre reclamam do trânsito. A gente se mobiliza com todos, não só com o táxi. Afeta todos, o trabalhador, a pessoa que utiliza o transporte público, o que vai de carro”, concluiu Bruno.

Além disso, com uma oferta menor de vagas, como a coluna Les Partisans chamou a atenção recentemente, veículos particulares estacionam irregularmente em vagas destinadas a taxistas, idosos e deficientes, e até nos locais de embarque e desembarque dificultando ainda mais. Após as chuvas, com as mudanças na sinalização e na mão em algumas ruas, pelo menos 150 vagas de estacionamento rotativo foram suprimidas.

Carros de passeio estacionando irregularmente em vagas destinadas a taxistas.
Foto: Divulgação

Na Rua Coronel Veiga, há denúncias de caminhões a serviço da Comdep parando em frente à sede da Companhia, na vaga destinada para os pontos de ônibus. Sem a vaga, os coletivos param no meio da rua e, com isso, toda parada gera um novo congestionamento, além dos já enfrentados pelas obras no Valparaíso, na “Rua da Batata Frita” e na Rua Washington Luiz.

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Em Itaipava, o maior problema é o estacionamento em áreas impróprias e fila dupla na Estrada União e Indústria, em frente à uma escola, gerando grandes retenções na hora do almoço e no fim do dia. Mesmo com o problema, os motoristas relatam que não há presença de agentes no local, mesmo com reclamações tendo sido enviadas à CPTrans.

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