Semana quente

14/06/2017 07:00

A semana passada foi muito agitada, em termos políticos. Não só em termos nacionais, mas também aqui em nosso quintal, Petrópolis. Tivemos esta semana no TSE o julgamento da chapa Dilma/Temer e o resultado que se viu foi um 4×3 vergonhoso. Deste episódio, uma questão ficou patenteada: para que serve o TSE? Sim, até porque, foram absolvidos por excesso de provas, e então o Tribunal passou a ser um Tribunal Tabajara, totalmente desacreditado. E mais: Temer decidiu não responder às 82 perguntas feitas pela Polícia Federal no inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal, por corrupção passiva, obstrução de Justiça e pertencimento a organização criminosa. Entre as razões apontadas pelo presidente, está a alegação de que a PF extrapolou o objeto da ação para fazer perguntas de caráter pessoal e outras, com o objetivo de comprometê-lo. Penso que fez bem; está acontecendo uma falta de respeito às instituições e entendo que o presidente vem sendo alvo de rol de abusos e de agressões.

Tivemos a prisão preventiva decretada de Rocha Loures, um ex-assessor ligado de forma umbilical a Temer e do ex-ministro do Turismo e ex-presidente da Câmara Henrique Alves (aquele que disse: "que depositaram  R$ 832.975,98 em sua conta na Suiça, sem que ele soubesse ou tivesse dado autorização para isto…", lembram?)  também bastante ligado a Temer. 

Já aqui o ex-vereador Montanha também ficou privado de liberdade, juntamente com 14 outras pessoas. Sem nos esquecermos de que o Ministério Público pediu a prisão de mais outras 16 pessoas (dentre elas, ex-vereadores).

Ainda por aqui em nosso quintal, nosso prefeito, fez uma reforma administrativa e se declara defensor da responsabilidade fiscal, a ponto de lançar um post oficial nas redes sociais "eficiência e transparência" onde a chamada é: " Boato: quem espalha não quer que a cidade cresça", esquecendo-se que a cidade vem de há muito estagnada e que a cada dia fecham mais e mais estabelecimentos comerciais. Com relação a esta tão propalada reforma administrativa, que poupa 100 mil reais por mês, o que equivale dizer, algo em torno de 0,1% do orçamento do município, não passa de um grande engodo. E, mais, a licitação dirigida que estava prevista para um orçamento de festas na Cidade no valor de um pouco mais de 15,7 milhões apenas para este ano é um valor 5 vezes superior ao orçamento previsto à Fundação de Cultura e Turismo que extinta, dará lugar a dois órgãos: um Instituto de Cultura e Esportes e uma empresa de Turismo. Mas não se pára por aí; este valor de 15,7 milhões equivale a três vezes mais recursos do que a prefeitura poupará em todo o mandato do prefeito com a reforma administrativa. 

Outrossim, foi criada uma série de legislações encarecendo a legalização da atividade cultural, impedindo que os pequenos produtores culturais da cidade possam competir com a empresa que ganha a licitação dirigida. Então você me pergunta: "Mas, qual o retorno para a cidade em termos de turismo? De repente vale o investimento, não? E respondo que, de maneira monopolizada, a resposta é não. Sabiamente a Justiça dera um basta neste circo da alegria. Por meio de liminar em mandado de segurança, impediu que fosse levada a efeito a licitação, como pretendia o prefeito, mas infelizmente voltou atrás da decisão provisória, poucas horas depois e permitiu que se realizasse a licitação. Lamentável sob todos os aspectos o fato de a licitação ter sido realizada. Mesmo que a empresa vencedora tenha apresentado proposta de valor inferior à metade do que a Prefeitura orçara os serviços.

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