Sendas de redenção

Nada acontece por acaso.

Tudo segue uma trajetória.

Seres inteligentes e irracionais habitam a esfera celeste usando o que encontram para manter a civilização humana.

Os irracionais nada deliberam e são dominados porque ficou resolvido que eles não possuem inteligência do mesmo nível dos conquistadores; daqueles senhores dos espaços que assumiram por invasores; e adiante escriturados como proprietários.

Predomina a lei do mais forte rotulado de mais inteligente ou simplesmente dono da verdade.

Não a do espadaúdo que desaba fácil ao primeiro bofete.

Não a do povão que se prepara para missões de paz e cordialidade e infelizmente é categoria abatida por balas perdidas.

Não a dos mansos de coração aureolados de bondade, perseguidos e exterminados pelas ondas da intolerância.

Não os mestres-professores, que o conhecimento dominam, mas são atropelados por loucos que pilotam as viaturas da insensata ignorância.

Não os cientistas impregnados de viroses emplastradas em seus jalecos, sempre abatidos por deletérias fatuidades políticas desprendidas de mentes obtusas e factoides de nenhum conteúdo, forros em corações congelados e enfartados por epidêmica corrupção.

Não eu, você, simples e corretos cidadãos crentes na pureza, dignidade, compromisso, que escolhemos, sob livre-arbítrio, os monstros que – no poder – nos despem das togas do direito inalienável de constituirmos uma sociedade feliz, justa, harmônica, e tudo incendeiam como radicais e covardes  inquisidores queimavam as bibliotecas nas praças do infortúnio das demoníacas perseguições.

Tantas indagações, muitos questionamentos, desejo de compreender o que somos, onde estamos, e por que o castigo do corona-virus que – muitos afirmam – é mais um  capítulo da advertência, em cataclismo assustador, das muitas profecias as quais, afinal, são especulações para reafirmar e recordar sempre que nenhuma existência recebe selo de qualidade indeterminada, senão um fatal prazo de validade.

Início e fim são pontas agudas dos imensos icebergs que flutuam silenciosamente junto aos costados dos fátuos indestrutíveis transatlânticos

Indestrutíveis?! Chegará o dia do encontro poderoso da imensidão na negritude do espaço diante da luz cegante da explosão que, esfriada a superfície de cada destroço, trará de volta o gigantismo dos dinossauros e, novamente a inconsequência do ser humano em luta consigo mesmo.

Uma aurora de luz rompendo a nebulosidade gerada pelo cataclismo, irá tomando conta da planta que renascerá, enquanto lagartos reluzentes, engatinhando pela terra fumegante, metamorfoseando-se paulatinamente em bípedes, recriarão as mesmas diferenças e lideranças, tais como aquelas sepultadas nas cinzas estelares do mistério insondável da natureza cósmica.

A flor renascerá nas cinzas; as cinzas serão fértil adubo; do adubo a vida reflorescerá; dessa magia –  quem sabe? –  piedosas criaturas surgirão para a razão humana encontrar virgens sendas no perlustre de novos caminhos de redenção…