Setembro amarelo: suicídios têm maior incidência entre os homens
Embora ainda não seja comprovado cientificamente quais são as razões que levam uma pessoa a cometer suicídio, muitas pessoas expressam alguns sinais que servem de alerta. Com uma escuta apurada e demonstrando empatia, reconhecer o sofrimento do outro sem banalizar são pontos necessários para ajudar o próximo.
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Trabalhos preventivos são de extrema importância, para conscientizar toda a sociedade a estar atenta aos sinais que o outro pode dar, como o isolamento, queda de rendimento, alteração de comportamento, e em uma fala de desesperança. “Precisamos legitimar esse desejo do outro, ouvindo, não desmerecendo e não tendo medo de ouvir e de falar”, disse a psicóloga pós-graduada em avaliação psicológica, Simone Hang Alves.
No município, em 2019, foram registrados seis suicídios, sendo cinco ocorrências com homens e uma com mulher. Em todo o ano de 2018, foram notificados 19 casos, sendo 4 com mulheres e 15 com homens. Há maior incidência entre os homens adultos, na faixa etária entre 30 e 80 anos de idade.
Para a psicóloga, buscar entender os sentimentos das pessoas é um passo na prevenção, pois facilita o processo de aceitação e respeito pelo outro e por si mesmo, incluindo afeição e cuidado. “Nós criamos uma sociedade muito focada nas coisas belas e nas alegrias, e não nos preparamos para algo que é comum, que é o sofrimento, e por isso as pessoas não sabem lidar com ele. O sofrimento é humano, e precisamos abrir espaço para falar sobre ele. Eu já tive um paciente que disse ‘eu grito, mas ninguém me ouve, mas se estou sorrindo estão todos ali’, falar de dor incomoda, porque fomos educados a estar sempre felizes”, disse Simone.