Setranspetro diz que subsídio mensal de R$ 700 mil pago pela Prefeitura não é o suficiente, mas garante retorno de 100% da frota em horários de pico
O Sindicato das Empresas de Transporte de Petrópolis (Setranspetro) afirmou em nota enviada à Tribuna que o valor do subsídio de R$ 700 mil mensais, que será pago pela Prefeitura, não é o suficiente para equilibrar as perdas econômicas do sistema do transporte público. Ainda na nota, o sindicato ressaltou que a crise foi agravada com a pandemia da covid-19 e os prejuízos são milionários.
De acordo com o Setranspetro, o valor que será pago pela Prefeitura é o mínimo estipulado na decisão judicial. As empresas entraram na justiça contra o governo municipal exigindo ressarcimento pelas perdas financeiras neste momento de pandemia e também pelo pagamento do subsídio com a gratuidade dos estudantes. A decisão do juiz da 4ª Vara Cível saiu no ano passado, mas a Prefeitura ainda não tinha cumprido a determinação.
No dia 12 deste mês, foi assinado judicialmente um Termo de Compromisso entre a Prefeitura de Petrópolis, as empresas de ônibus e o Ministério Público (MP) estabelecimento medidas que devem ser cumpridas tanto pelo governo quanto pelas viações. Um dos itens do termo é que para que o pagamento mensal seja efetuado como forma de contrapartida as empresas terão que retornar com 100% da frota nos horários de pico e a passagem de ônibus terá redução de 20 centavos.
Em nota o sindicato ressaltou que “todas as medidas compõem um grande compromisso, entre as partes, para evitar o colapso do Sistema de Transporte Urbano Municipal, conforme vem acontecendo em várias cidades do país, com empresas encerrando as atividades”.
Tanto o pagamento do subsídio, quanto a redução da passagem e o retorno da frota em circulação passa a valer no dia primeiro de agosto. Na nota, o Setranspetro garantiu que 100% dos ônibus voltarão a operar conforme previsto no termo assinado judicialmente e que as empresas – Petro Ita, Cidade Real (Expresso Brasileiro), Turp, Cascatinha e Cidade das Hortênsias – já estão providenciando a ampliação da oferta.
Desde o início da pandemia, em março de 2020, houve redução na quantidade de ônibus em circulação; além de supressão de linhas e horários. A medida vem gerando denúncias e reclamações por parte dos usuários e faz parte de uma ação na justiça. De acordo com o Setranspetro, a frota operante atual do sistema está entre 70% e 75%.
“Há quase um ano e meio, o número de passageiros do sistema não ultrapassa o patamar médio de 60% com relação ao que era transportado antes da pandemia. Esse fator, somado ao aumento de custos do sistema, principalmente com o óleo diesel que ultrapassa 40% de reajuste só em 2021, aumento de salários e benefícios dos rodoviários, além de peças para os veículos, os prejuízos são cada vez maiores. Para evitar que o custo seja repassado exclusivamente para o passageiro que paga a passagem, o Setranspetro vem defendendo a adoção de um novo modelo de custeio para o transporte, que defende receitas extratarifárias, através de subsídios e desonerações”,diz a nota enviada pelo sindicato.