Sine qua non

10/06/2018 08:00

Sine qua non ou conditio sine qua non é uma expressão que se originou do termo legal em latim que pode ser traduzido como “sem a/o qual não pode ser”. Refere-se a uma ação cuja condição ou ingrediente é indispensável e essencial. Como um termo latino, ocorre no trabalho de Boethius, e se originou nas expressões Aristotélicas. Aristóteles (Estagira, 384 a.C. – Atenas, 322 a.C.) foi um filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande. Seus escritos abrangem diversos assuntos, como a física, a metafísica, as leis da poesia e do drama, a música, a lógica, a retórica, o governo, a ética, a biologia e a zoologia. Juntamente com Platão e Sócrates (professor de Platão), Aristóteles é visto como um dos fundadores da filosofia ocidental. Indo para a filosofia oriental: “Chang, o mestre carpinteiro, ofereceu uma estante de música de madeira entalhada ao sábio da região. Quando foi contemplada pelo povo, dela disseram que se tratava de uma execução sobrenatural. Questionado pelo sábio, Chang respondeu: – Não há mistério nenhum, mestre. Eis como eu trabalho.

 Ao iniciar minha tarefa, meu objetivo é preservar meus poderes vitais. Limpo a minha mente de todos os pensamentos até que ela fique serena como um poço silencioso. Depois de três dias, qualquer pensamento de recompensa a ser alcançada já desapareceu. Depois de cinco dias, já me esqueci por completo de qualquer reputação que a obra possa me trazer. Mais sete dias, e não sinto mais o meu corpo. É então que vou à mata, quando todos os elementos de perturbação externos sumiram e o meu talento está na minha concentração. 

Encontro logo a árvore que me serve, com a forma conveniente, e me ponho a criar o que vejo com o olho da minha mente. Os meus próprios talentos naturais são colocados em harmonia com a natureza da madeira. O que parece ter sido uma execução sobrenatural não passa disso.” – autor desconhecido. Qual seria a “sine qual non” para se encontrar a felicidade?

 A longo prazo, a fonte mais básica da felicidade, podemos argumentar, é desenvolver o hábito de evitar agir, falar, ou pensar de forma destrutiva sob a influência de emoções perturbadoras e atitudes como desejo, a cobiça, o apego, a repulsa e a raiva, estando todas elas enraizadas na ignorância. Tal comportamento construtivo desenvolve potenciais em nosso cérebro para fazermos a experiência da felicidade no futuro. Nós então expandimos nossas mentes, voltando-a para os problemas alheios e para o fato de que talvez estejam em situações até mesmo piores que a nossa. 

Paramos de pensar em apenas nós mesmos. Pensamos como seria maravilhoso se todos os outros pudessem ser livres de seu sofrimento, e como seria maravilhoso se pudéssemos ajudá-los a realizar isso. Esta forte compaixão naturalmente leva a um sentimento de amor – ao desejo de que eles sejam felizes. Pensar na felicidade alheia desencadeia ainda mais o amadurecimento de nossos próprios potenciais de felicidade. 

Com esses pensamentos de compaixão e amor, podemos então voltar nossos pensamentos para quaisquer grandes figuras humanitárias. Pensando no exemplo deles, ganhamos inspiração para assumir uma certa responsabilidade e realmente tentar ajudar os outros. Isso nos ajuda a ganhar a força e a coragem de enfrentar não apenas os problemas alheios, mas também os nossos próprios problemas – novamente, sem exagerá-los e sem preocupações em relação a possíveis fracassos ou expectativas de sucesso. Assim, considerando-se que a verdade está na simplicidade, podemos afirmar que o nosso objetivo na vida é a felicidade e a nossa missão é a evolução espiritual. Com convicção escolha o seu caminho.

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