Situação precária no setor policial preocupa autoridades de Petrópolis

11/04/2016 09:00

A situação das delegacias civis de Petrópolis preocupa autoridades petropolitanas, pois conforme relataram os delegados da 105ªDP, Alexandre Ziehe, e da 106ª DP, Ney Loureiro, estão atuando de forma precária – nem mesmo cópias das ocorrências podem ser impressas, porque faltam impressoras e tinta. O juiz da 4ª Vara Cível de Petrópolis,Jorge Luiz Martins, manifestou preocupação com os problemas que os policiais civis estão enfrentando,principalmente pela dificuldade de comunicarem às autoridades judiciais os procedimentos,como nos casos de prisão em flagrante, o que pode afetar diretamente a população.“A situação revela que as condutas dos gestores do Estado do Rio de Janeiro estão em absoluta desarmonia comas mais comezinhas regras da administração pública. Essa situação atinge não apenas os cidadãos que procuram as nossas delegacias policiais, mas expõe os policiais a injustas punições,especialmente quanto aos procedimentos legais exigidos, como as comunicações de prisões e diligências. E, o que é mais grave,ferem direitos de custodiados(presos), porque não é possível emitir e expedir documentos que devem ser submetidos ao juiz de plantão”, disse o magistrado.Para o presidente da OAB -Petrópolis, Marcelo Schaefer, a situação é grave e disse que encaminhará ofícios ao Governo do Estado cobrando solução para o problema. “O Estado precisa garantir o mínimo de estrutura para que as delegacias em Petrópolis possam funcionar, assim como o Batalhão da Polícia Militar. Vamos acompanhar esta situação e cobrar as melhorias”.O presidente da Comissão de Segurança da Câmara Municipal, vereador Reynaldo Meirelles (PP) lamentou profundamente que os policiais civis e os policiais militares sejam vítimas dos problemas administrativos do Estado. “Em época de normalidade, a máquina estadual já não dá prioridade aos investimentos em segurança pública. Nesse momento de crise, então, o Estado não cumpre com suas obrigações para manter o sistema de segurança pública funcionando”.O vereador, que por muitos anos atuou como policial militar,disse que o Estado não está pagando os fornecedores da alimentação da PM. Para ele o mais absurdo é que o Governo desconta um determinado valor no contra cheque dos policiais, que deveria ser usado para pagar os fornecedores e não fez. “Se esta situação continuar, daqui a poucos os policiais não terão mais alimentação nos batalhões”.Com relação à Polícia Civil,o vereador Meirelles disse que a situação é grave, lembrando que os registros de prisão são realizados nas delegacias e se o Estado não garante a estrutura mínima para o funcionamento,o trabalho dos policiais fica comprometido, prejudicando o atendimento à população. “É um erro. Quando há investimento,a segurança dá retorno. Por causa do caos no Estado,vemos que o Rio voltou ao cenário nacional por causa da violência”, comentou, citando a morte de Frei Moser e tiroteio sem comunidades que têm UPPs.Na sexta-feira, os delegados de Petrópolis falaram sobre os problemas que estão enfrentando,orientando a população a utilizar a internet (www.policiacivil.rj.gov.br)para registrar ocorrências mais simples, como perda e furto, por exemplo.A situação pode piorar nos próximos dias, pois a polícia já não tem peças para reposição,em caso de problemas nas viaturas.Nem mesmo a manutenção básica dos veículos vem sendo feita. Além disso, faltam tinta para as impressoras e papel. Os veículos policiais têm limite de gasolina, 20 litros por dia. Diante desta situação e pela dificuldade de impressão de documentos, o delegado da 105ªDP, Alexandre Ziehe, disse ter enviado um ofício aos juízes, defensores e promotores de Petrópolis, relatando os problemas.No texto, o delegado relaciona os problemas e informa ainda que o cartão-alimentação dos presos está com “saldo zero”, desde a última semana.Nem mesmo os problemas mais rotineiros estão sendo resolvidos,pois, segundo o documento, “não é possível a confecção de prisão em flagrante e comunicações deflagrante sem impressoras, e nosso sistema não permite a conexão com aparelhos estranhos”.

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