Sob pressão, China inicia Congresso Nacional do Povo neste sábado

04/03/2022 10:15
Por Estadão

O Congresso Nacional do Povo, cerimônia parlamentar da China que reúne anualmente 3 mil membros, abrirá sua sessão neste sábado, 5, com o governo enfrentando uma desaceleração econômica e pressão crescente à respeito de sua recusa em condenar a invasão da Rússia à Ucrânia.

Assuntos domésticos tendem a dominar o Congresso, mas a guerra no Leste Europeu destaca o confronto ideológico entre o Ocidente, liderado pelos EUA, e seus dissidentes representados por Pequim e Moscou. Espera-se que qualquer discussão sobre o conflito seja silenciada, no entanto, com o foco em impulsionar o crescimento da segunda maior economia do mundo.

Os mais de 3 mil parlamentares pouco legislam – isso fica à cargo do Comitê Permanente de 176 membros, que se reúne o ano todo. A grande maioria dos parlamentares, cerca de 73% dos quais são membros do Partido Comunista, tem carreiras separadas e pouca experiência em procedimentos parlamentares ou redação de legislação.

Em vez disso, o partido usa o Congresso para anunciar metas amplas para a economia e outras questões, incluindo meio ambiente e gastos militares, enquanto recebe feedback dos delegados sobre as preocupações das bases. Este ano, ocorre antes de uma importante reunião do partido em novembro, durante a qual se espera que o líder Xi Jinping receba um terceiro mandato de cinco anos.

O Congresso deste ano foi novamente reduzido para uma semana, das duas habituais, por causa da pandemia. Apenas alguns grandes encontros estão agendados e as conferências de imprensa serão realizadas remotamente.

Os analistas se concentrarão em um relatório anual entregue na sessão de abertura deste sábado pelo primeiro-ministro Li Keqiang, o segundo líder e principal autoridade econômica. Ele deve anunciar uma meta de crescimento anual de até 5%, abaixo dos 8% do ano passado.

O relatório provavelmente revisará a resposta da China à covid-19 e pode ter dicas sobre a direção futura do controle do vírus. Embora a China tenha contido em grande parte o surto, questões têm sido levantadas cada vez mais sobre os custos econômicos e a sustentabilidade de longo prazo de sua abordagem de “tolerância zero”. Fonte: Associated Press.

Últimas