Soluções tecnológicas para o trânsito caótico
Fiéis aliadas à mobilidade urbana, as tecnologias de informação e comunicação otimizam o deslocamento, aumentam a fluidez do trânsito e diminuem a poluição nas cidades. Quanto mais se fala em conectividade, acessibilidade e cidades inteligentes, mas se exploram as inovações tecnológicas. Para especialistas, o uso dessas plataformas e ferramentas são alternativas sustentáveis principalmente para os municípios de pequeno e médio porte e que estão com o trânsito saturado.
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Entre 2001 e 2018, a população de Petrópolis cresceu 6,39%, passando de 287.318 para 305.687, de acordo com dados do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE). Já a taxa de crescimento de veículos aumentou 108% no mesmo período, indo de 56.091 para 116.725, ou seja, é um veículo para cada 1,889 habitantes. Em junho deste ano, conforme levantamento do Detran, este número está ainda maior uma vez que a quantidade de carros e motocicletas emplacadas ultrapassa os 142 mil.
“Mudar essa matriz de mobilidade não é tarefa simples. Requer estudo, vontade política e investimentos. Mas, o que sabemos e temos consciência é que do jeito que estão será insustentável”, ressaltou o diretor sócio da empresa de tecnologia VM9, Marcos Marconi. A empresa é criadora de uma plataforma digital – we4city – de soluções tecnológicas para Cidades Inteligentes, baseada em padrões abertos e inteligência artificial, que fornece suporte integrado a Internet das Coisas (IoT), Câmeras de Tempo Real, Sistemas de Informações Geográficas, Assistentes Virtuais, Big Data e Dados Abertos, entre outros.
Entre as soluções citadas pelo empresário para cidades como Petrópolis que tem uma malha viária saturada sem possibilidade de expansão, aumento da frota e crescimento populacional seria a tecnologia da Onda Verde. Já utilizada em algumas cidades do Brasil, o sistema é bem simples: sensores nas vias e a utilização de semáforos inteligentes. “Eles trabalham de forma sincronizada: o sensor transmite a informação para o Centro de Controle Operacional que repassa para os semáforos que ficam mais tempo na cor verde, conforme a quantidade de veículos que passam. Essa alternativa melhora a fluidez do trânsito”, explicou Marcos.
O empresário também defende como alternativa a criação de pedágios urbanos para reduzir a quantidade de carros nos centros e com isso incentivar outros modais como a utilização de bicicletas, patinetes elétricos, scutters compartilhadas, entre outros. “Em centros urbanos que não possuem condições de ampliação de vias ou desenvolvimento de meios alternativos de transporte, as soluções acabam sendo restritivas e polêmicas, mas que trazem resultados. A política de onda verde (infraestrutura) associada à tarifação por congestionamento (restrição) são alternativas interessantes. Pois de um lado, o governo aplica tecnologia para melhorar a fluidez e de outro cobra para adequar a capacidade de vias ao volume de tráfego. Os investimentos em tecnologia e infraestrutura devem ser realizados em conjunto para que os resultados possam ser efetivos”, enfatizou o empresário.