SP não tem datas para vacinar idoso com menos de 80 anos
Apesar dos avanços no programa de vacinação, ainda não existem datas para vacinação de todos os idosos abaixo de 80 anos em São Paulo. Até agora o Brasil contratou doses para vacinar apenas um quarto da população prioritária contra covid-19 neste primeiro trimestre.
O cronograma de vacinação feito pelo Estado de São Paulo, por exemplo, começou com profissionais de saúde, indígenas, quilombolas, além de idosos acima de 60 anos e pessoas com deficiência a partir de 18 anos que vivem em instituições de longa permanência. Na sequência vieram os idosos acima de 90 anos e na quarta-feira foi divulgado o mais recente cronograma, com datas para população entre 80 e 89 anos.
O governo paulista informou que um cronograma mais completo de vacinação será feito assim que o Ministério da Saúde assegurar novos repasses de vacina a São Paulo. De acordo com o governo federal, 2,1 milhões de doses já foram encaminhadas para o Estado de São Paulo, que tem a responsabilidade de repassar aos municípios, conforme necessidades e planejamentos locais.
Idosos de 80 a 84 anos serão imunizados a partir do dia 1.º de março em todo o Estado. A vacinação do grupo de 85 a 89 anos foi antecipada para esta sexta-feira, 12, três dias antes do previsto. A imunização começou no dia 17 de janeiro, na capital paulista, logo após aprovação emergencial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o imunizante do Instituto Butantan.
De acordo com números da Secretaria de Saúde de São Paulo, até quarta-feira pouco mais de 1 milhão de pessoas já tinham sido vacinadas em todo o Estado. A estimativa é de que os idosos entre 80 e 84 anos totalizem 563 mil pessoas nos 645 municípios de São Paulo. Entre 88 e 89 anos são 309 mil.
O Brasil tem 354 milhões de doses de vacinas garantidas para 2021, por meio dos acordos com a Fiocruz (212,4 milhões de doses), Butantan (100 milhões de doses) e Covax Facility (42,5 milhões de doses). Na quarta-feira chegou ao Instituto Butantan o insumo da China para produção de 8,7 milhões de novas doses da Coronavac. O Estado de São Paulo informou no mesmo dia que enviou mais de 900 mil doses da vacina do Butantan aos municípios. A medida também permite que os municípios comecem a oferecer a segunda dose da imunização.
Disponibilidade
De acordo com o Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, os 27 grupos prioritários somam aproximadamente 77,2 milhões de brasileiros. Considerando que cada vacinação requer duas doses por pessoa, o contingente garantido até o fim de março seria o suficiente para imunizar 20,6 milhões de pessoas, considerando também as 10,7 milhões de doses já entregues em janeiro.
A principal e mais certa aposta do PNI, neste momento, é a Coronavac, produzida pelo Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. Em contrato firmado com o governo federal, o laboratório brasileiro se comprometeu a entregar 27,37 milhões de doses da vacina até o fim de março – de um total de 46 milhões.
A entrega de 9,3 milhões da Coronavac prevista para este mês será possibilitada com a importação de 11 mil litros de insumos que chegaram da China em dois lotes, nos dias 3 e 10, e equivalem a 17,3 milhões de doses da vacina. O excedente dessa produção será utilizado para a remessa de março.
Com adendo feito no ano passado, o contrato entre o Butantan e o governo federal passou a estipular um total de 100 milhões de doses. Dimas Covas, diretor do Butantan, afirmou que essa aquisição adicional de 54 milhões de doses será distribuída entre abril e setembro, quando terminar o lote inicial.
Além da Coronavac, outro lote de vacinas previsto para chegar ao Brasil até o final de março é o da aliança Covax, oferecido pela Organização Mundial da Saúde, através de um consórcio com mais de 150 países. A previsão oficial é de que 1,6 milhão de doses do imunizante produzido pela Universidade de Oxford/Astrazeneca sejam entregues ao País até o final do trimestre, com distribuição prevista para iniciar ainda no final deste mês.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável por produzir o imunizante da Universidade de Oxford/Astrazeneca no Brasil, também deve começar a entrega de vacinas ao governo federal em março. O contrato com a Astrazeneca prevê o envio de 14 lotes, cada um com insumos suficientes para a produção de 7,5 milhões de doses por entrega. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.