Subprocuradora que reclamou de falta de motorista pode assumir lugar de Aras; saiba quem é

05/09/2023 14:57
Por Pepita Ortega / Estadão

O Conselho Superior do Ministério Público Federal elegeu por aclamação, a subprocuradora Elizeta Maria de Paiva Ramos, ex-corregedora do Ministério Público Federal, como vice-presidente do colegiado. A posição que pode alçar Elizeta à chefia interina da Procuradoria-Geral da República (PGR) caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demore a indicar um nome para a vaga de Augusto Aras, que deixa o cargo no final deste mês.

A escolha se deu na 7ª Sessão Ordinária do Conselho, realizada na manhã desta terça-feira, 5. Elizeta foi a única a se candidatar ao cargo, argumentando que “cumpriria suas obrigações com fidelidade ao Ministério Público Federal”. Após ser eleita por aclamação, ela recebeu afagos dos colegas.

Elizeta ingressou na carreira em dezembro de 1989. Chegou ao cargo de subprocuradora em 2009. Foi corregedora-geral, procuradora eleitoral substituta e integra atualmente a 2ª Câmara Criminal do MPF, além de coordenar a Câmara de Direitos Sociais e Fiscalização de Atos Administrativos em Geral. Desde junho de 2022, ela faz parte do Conselho Superior, instância máxima da instituição.

Em dezembro do ano passado, a subprocuradora viralizou nas redes sociais ao reclamar do transporte oferecido aos integrantes da Procuradoria-Geral da República. Ela protestou sobre o fato de ter “perdido” seu motorista após ele pegar três meses de férias e pediu “providências” por não haver outro motorista disponível para buscá-la em casa e levá-la à reunião da cúpula.

“Imediatamente pedi um Uber”, protestou. “Mas será que subprocurador pode andar de Uber? Pode, graças a Deus e felizmente”

Elizeta também foi a responsável, enquanto corregedora do MPF, por determinar, em junho de 2020, a abertura de uma sindicância para apurar “diligência’ da subprocuradora Lindôra Araújo, na base da Lava Jato em Curitiba, para acessar ‘banco de dados’ das investigações da antiga força-tarefa da operação.

À época, os procuradores acusaram a PGR de tentar obter informações “sem prestar informações sobre a existência de um procedimento instaurado, formalização ou escopo definido”.

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