Supercomputador deve atrair novas áreas de pesquisa para o LNCC
O Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) iniciou o ano de 2016 otimista com os novos projetos de pesquisa. O motivo é que a unidade que funciona no Quitandinha e é ligado ao Ministério de Ciência e Tecnologia começa a operar esse ano o maior computador da América Latina. Com o Supercomputador, a ideia é atrair novas áreas de pesquisa. Atualmente, o LNCC emprega cerca de 90 funcionários diretamente e, pelo menos, 100 alunos divididos nos cursos de Pós-graduação, Mestrado e Doutorado. A maior parte dos estudantes é do Brasil, mas a unidade também atrai alunos da América Latina. Para 2016, o atual diretor Augusto Gadelha informou que não estão previstos novos investimentos por conta da crise econômica que o país enfrenta.
O Supercomputador chegou na unidade em julho do ano passado. Desde então passou por uma série de testes. Nos próximos 6 meses serão desenvolvidos projetos de pesquisas, utilizando a máquina. Segundo Gadelha, com o supercomputador será possível realizar estudos importantes na área da computação científica. Sem contar que a presença dele em Petrópolis torna a cidade uma referência na área, porque permite desenvolvimento de projetos de maior alcance. Para Gadelha, essa informação atrai a atenção de pesquisadores em todo o país.
Com o uso da máquina, o diretor explicou que é possível desenvolver sistemas de fármacos e vacinas, previsões meteorológicas – abrindo oportunidades de pesquisa de novas metodologias. O LNCC também atua em cálculos de reservatórios de água e Petróleo, possuindo inclusive parcerias com a Petrobras. “O supercomputador é uma ferramenta de grande capacidade de cálculo matemático”, disse, acrescentando que ele começa a ser utilizado na próxima semana.
Atualmente, o LNCC atua diretamente em três áreas: a de Ciência da Computação, de Matemática Aplicada e de Modelagem de Sistemas Físicos. Dentro desses segmentos trabalha com mecânica computacional, análise de dados, sistemas de controle e computação quântica. Segundo Gadelha, a última está sendo usada para o desenvolvimento de métodos criptográficos, que permite o uso da mecânica quântica para garantir uma comunicação segura. O diretor do LNCC afirmou que este é um importante investimento para o Brasil, que está em fase de investigação na unidade.
Gadelha assumiu a diretoria do LNCC em dezembro do ano passado. Antes disso era Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Formado em Engenharia Elétrica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC), ele nasceu em Fortaleza, mas cresceu no Rio. Augusto já trabalhou no LNCC na década de 1980. Na época, foi diretor adjunto durante 12 anos e chefe do departamento de pesquisa e desenvolvimento por 8 anos. Ele também já atuou no Ministério das Comunicações e de Ciência e Tecnologia. Além disso, foi diretor do DataSus por 4 anos.
Para ele, um centro como o da unidade do Quitandinha é muito importante para a cidade. “Temos uma estrutura com potencial para desenvolvimento de grandes projetos e já trabalhamos com alguns deles, como o de Medicina Assistida por computador, que pode simular até mesmo intervenções cirúrgicas”, explicou. O LNCC também possui projetos nas áreas de sequenciamento genético, que podem ajudar na questão de epidemias. Além disso, atua com métodos numéricos que apoiam atividades esportivas e na área de Física Molecular.
Ele destaca ainda que a vinda da Universidade Federal Fluminense (UFF) fortalece o município. Assim como a presença da Faeterj, que funciona ao lado do LNCC e encaminha bons alunos para a unidade. Para participar dos cursos do laboratório é realizada uma entrevista e análise de currículo. Os procedimentos podem ser feitos online.