SURTO DE CINOMOSE AFETA CÃES EM PETRÓPOLIS

12/11/2015 12:00

No mês passado, em matéria publicada na Tribuna de Petrópolis, especialistas falaram sobre a cinomose e o risco dessa doença para os cães. Há poucas semanas foi descoberto um surto desta patologia em Secretário, bairro localizado no distrito de Pedro do Rio. Representantes da Ong Animavida junto com parceiros do projeto realizaram uma campanha no local, para vacinar os animais e ajudar a minimizar os danos já causados pela doença.

Segundo Ana Cristina de Carvalho Ribeiro, presidente da Animavida, cerca de 150 animais receberam a vacina no último fim de semana, em Secretário. Além da imunização, a população foi orientada a respeito da doença e conscientizada sobre os cuidados a serem tomados para prevenir a cinomose. Esta iniciativa é voltada, principalmente, para comunidade carentes e que necessitam de assistência.

Um dos principais problemas relacionados a cinomose é o alto custo da vacina. Como não há cura para esta doença, apenas a prevenção é capaz de salvar a vida dos animais. As famílias de baixa renda sofrem para conseguir imunizar seus cães, e muitas vezes recorrem as vacinas vendidas em casas de reações, em função do preço mais acessível. Para Ana Cristina, esses medicamentos não são confiáveis, muitas vezes devido a forma como são conservados, e acabam não fazendo o efeito desejado.

De acordo com o presidente de uma sociedade filantrópica que abriga e cuida de cães abandonados, Guilherme Agnew, a situação em Secretário é alarmante. A estimativa é de que cerca de 30 animais já morreram devido a doença. Só em seu abrigo, quatro cães vieram a óbito e outros 30 estão doentes. Guilherme revela que não está trabalhando para poder cuidar dos mais de 200 cachorros em seu abrigo. Além disso, ele contou que já entrou em contato com diferentes órgãos da Prefeitura, porém a resposta dada é que, por não ser uma zoonose, não há nada que possam fazer.

Há informações de que a doença já afeta outros locais da cidade e também municípios vizinhos, como Areal. Os cães mais afetados são os filhotes (de três a seis meses de vida) e os idosos. Por ser uma doença muito grave, pode levar o animal a óbito rapidamente. A taxa de mortalidade chega a 85%, pois o vírus é resistente, podendo sobreviver em ambientes secos e frios e, em menor tempo, em locais quentes e úmidos. Após o contágio, alguns animais não apresentam sintomas, disseminando a doença sem que seja notado. Por isso a vacinação é fundamental. 

A campanha de prevenção a cinomose já existe há alguns anos e a ong conta com o apoio de uma empresa estrangeira que fornece as vacinas. A Iniciativa visa combater a doença e conscientizar a população sobre os cuidados que devem ter para evitar o contágio e os danos causados pela mesma. Além de estimular os veterinários a tornar a vacina mais acessível a população, reduzindo o valor do medicamento para pessoas que não tem condições de comprá-la pelo preço do mercado.

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