Taiwan busca sobreviventes presos em escombros de terremoto que matou 9

04/abr 07:39
Por Redação, O Estado de S. Paulo / Estadão

Equipes de socorro correm contra o tempo para resgatar cerca de 200 sobreviventes e desaparecidos após o terremoto de intensidade 7,4 que matou 9 pessoas em Taiwan, na noite de terça-feira, 2 (no Brasil). O pior tremor registrado na ilha em 25 anos deixou 77 pessoas dentro dos túneis Jinwen e Qingshui, além de outros 64 trabalhadores retidos em uma mina de carvão de Hualien.

Autoridades taiwanesas informaram nesta quarta, 3, que ainda buscavam dois alemães presos no túnel de Chongde e 50 funcionários de um hotel que estavam em dois micro-ônibus a caminho do Parque Nacional de Taroko. Ao todo, segundo o governo, o tremor deixou mais de 900 feridos.

As equipes de resgate não sabem em que condições estão as pessoas presas nos túneis da Rodovia Suhua, construída nos anos 30, que percorre as encostas montanhosas da costa leste, onde é alto o risco de queda de barreiras. O terremoto e os tremores secundários causaram 24 deslizamentos de terra e danos em 35 estradas, pontes e túneis.

Tsunami

O terremoto provocou danos em vários edifícios, além de um alerta de tsunami na costa leste da Ásia, suspenso algumas horas depois. Todas as mortes aconteceram no Condado de Hualien, no leste da ilha, de onde vieram as imagens mais dramáticas de edifícios perigosamente inclinados.

O terremoto foi sentido em todas as partes da ilha. Na capital, Taipé, a circulação do metrô foi suspensa por quase uma hora, e os moradores receberam a solicitação para verificar eventuais vazamentos de gás. O aeroporto sofreu apenas pequenas avarias.

Apesar da intensidade do tremor, o pânico inicial desapareceu rapidamente na ilha, que se prepara para esses eventos com treinamentos e simulações nas escolas e avisos emitidos pela imprensa e pelo telefone celular. Stephen Gao, sismólogo da Universidade de Ciência e Tecnologia do Missouri, disse que o nível de prontidão de Taiwan está entre os mais altos do mundo, com códigos de construção rigorosos e uma rede sismológica de primeiro nível.

Fabricação de chips sofre breve interrupção

O terremoto de magnitude 7,4 registrado em Taiwan na terça-feira prejudicou a produção de semicondutores, por causa da interrupção da fabricação do componente em algumas partes da ilha. A paralisação parcial pode ter impacto na confecção de chips em algumas das principais fabricantes do mundo e afetaria a economia global, segundo a Bloomberg.

Analistas ouvidos pela agência apontam que alguns chips precisam de operações ininterruptas, 24 horas por dia e durante todos os dias da semana. Por isso, a interrupção de algumas operações em Taiwan poderia significar que alguns produtos tenham sido danificados.

A produção do material em Taiwan é muito importante para a economia global, porque empresas taiwanesas fabricam e montam cerca de 90% dos chips de ponta necessários para aplicativos avançados, como smartphones e IA, além de carros elétricos. Os taiwaneses representam mais da metade do mercado de laptops e dispositivos de rede.

A principal companhia do setor no país, a TSMC (Taiwan Semiconductor Manufacturing Co.), a maior fabricante de chips do mundo, afirmou que foi obrigada a retirar seus funcionários de alguns centros de distribuição por conta de medidas de segurança relacionadas ao terremoto.

Previsões

Apesar disso, a TSMC também comunicou que esses funcionários já retornaram ao trabalho ontem. A empresa taiwanesa fornece chips para gigantes do setor, como a Apple e a Nvidia.

Em um comunicado enviado ao jornal South China Morning Post, de Hong Kong, a empresa estimou que teria uma diminuição de lucro de US$ 60 milhões por conta do terremoto, de acordo com previsões financeiras para o segundo trimestre.

Apesar disso, a TSMC destacou que o impacto seria limitado. De acordo com a agência Reuters, três instalações da TSMC em Taiwan sofreram interrupções e poderão atrasar algumas remessas.

Impacto

Outras empresas menores do setor, como a United Microelectronics Corporation (UMC), também retiraram os funcionários dos centros de produção de Hsinchu e Tainan, cidades no oeste de Taiwan, e tiveram de interromper a fabricação de componentes por alguns minutos. Jason Chen, presidente e CEO da Acer, terceira maior fabricante de PCs do mundo, disse que não houve impacto significativo nas operações da companhia. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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