Talentos petropolitanos que elevam o nome da cidade no Brasil e no mundo: Rebeca Pereira

16/mar 11:00
Por Aghata Paredes

Rebeca Pereira, 30, uma talentosa jogadora de tênis nascida em Petrópolis, iniciou sua jornada no esporte aos 9 anos no Clube Campestre de Nogueira. A atleta treinou incansavelmente antes de explorar oportunidades fora do país.

“Fiquei com eles [Fábio e Diogo Soares] até os meus 15 anos e fui treinar fora por um tempo. Em 2012, fui para a faculdade nos Estados Unidos durante 5 anos. Quando retornei ao Brasil, voltei a morar em Petrópolis e comecei a treinar na Academia Locatelli com o Sidney Martins e com o Bruno Araújo. Em 2018 foi quando me mudei para São Carlos e sigo aqui até hoje.”

Rebeca lembra com carinho de suas memórias da infância em Petrópolis, onde morou nos bairros Quarteirão Ingelhein e Vila Militar, frequentando as escolas Colégio São José e ISSJ. A cada visita à cidade, ela aproveita para relaxar e ficar com a família – uma pausa bem-vinda da intensidade das competições e treinos. “Só consigo ir a Petrópolis nos meus dias de descanso, e confesso que não são muitos [risos]. Mas, sempre que vou, tento passar o máximo de tempo possível com a minha família. Minha mãe sempre brinca que eu já entro em casa saindo”, conta. 

O sonho de se tornar uma tenista profissional ganhou força por volta dos 12, 13 anos, quando Rebeca e sua irmã optaram exclusivamente pelo tênis, deixando para trás uma promissora carreira na natação.

“A competição faz parte da minha vida desde muito novinha. Tanto da minha quanto da minha irmã mais nova. Antes de começar a jogar tênis aos 9 anos, a gente já participava de competições na natação. Foi nessa idade que decidi sair da natação e me dedicar 100% ao tênis. Tudo isso com o apoio incondicional dos meus pais. A única regra da minha casa nesse quesito sempre foi: um esporte tem que ser praticado, não importa qual. Obviamente, meus pais nunca pensaram que as coisas tomariam a proporção que tomaram, mas a ideia era viver uma vida saudável desde crianças”, explica.

Foto:: Arquivo Pessoal/Rebeca Pereira Pereira – Campeã do W15 em Curitiba em 2023.

Entre os momentos memoráveis, destacam-se a formatura universitária nos EUA, onde o tênis abriu portas para uma educação superior com bolsa integral, e as experiências de representar o Brasil em competições internacionais, como a Billie Jean King Cup e os Jogos Sul Americanos, onde conquistou uma medalha de prata nas duplas.

Desde a pressão financeira nos torneios, onde a remuneração está diretamente ligada ao desempenho, até a constante busca pelo equilíbrio físico e mental em meio a uma agenda intensa, os desafios da tenista petropolitana são muitos. “Acho que o maior deles é estar 100% a cada nova semana de competição. Nos aspectos físico e mental”, revela.

Recentemente, Rebeca participou de torneios em Tigre, na Argentina, e já tem planos para os próximos desafios em Santo Domingo, República Dominicana, e em diversas cidades brasileiras. Com metas claras de retornar ao seu melhor ranking e competir nos Grand Slams, ela encara a temporada com determinação e entusiasmo.

“No início de março, eu viajo para Santo Domingo, na República Dominicana. Jogo 2 torneios W35 por lá. Cada torneio dura sempre uma semana, então fico duas semanas lá. Logo em seguida, volto ao Brasil e jogo 3 semanas por aqui. Um W15 em Campinas, um W50 em São Paulo, e um W75 em Florianópolis. Estou animada principalmente para as semanas aqui no Brasil. É sempre muito especial competir em casa! No ano de 2022, alcancei o melhor ranking da minha carreira – 150 do mundo nas duplas – e meu objetivo para este ano é voltar para essa faixa de ranking para conseguir competir nos maiores torneios. E, assim, chegar cada vez mais perto dos Grand Slams, que são o sonho de todos os tenistas”, explica.

Rebeca reflete com humildade sobre sua trajetória no tênis, destacando sua determinação, fé e apoio  da família. “Eu nunca fui um fenômeno no tênis quando nova, mas sempre acreditei muito no meu sonho e sempre trabalhei muito duro. Além disso, fui abençoada com uma família que sempre sonhou o meu sonho junto comigo. Tudo que conquistei até hoje foi por Deus, por eles [minha família], e por esse trabalho duro. Se tem uma coisa que enche o meu coração de alegria é saber que pude contribuir pelo menos um pouquinho para que outras pessoas, principalmente crianças, pudessem acreditar que, sim, é possível conquistar seus sonhos. Você não precisa da aprovação das pessoas, você não precisa nascer um fenômeno ou ter as condições perfeitas pra isso. Mas você precisa trabalhar duro e saber que, mesmo com todas as dificuldades, Deus está com você sempre”, conclui. 

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