Tarcísio e Haddad discutem sobre privatização da Sabesp e do Porto de Santos
A privatização da Sabesp e a desestatização do Porto de Santos voltou a ser debatida entre os candidatos do governo de São Paulo, Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos). O ex-ministro da Infraestrutura, se dizendo como uma pessoa que “preza muito pelo papel da iniciativa privada”, afirmou que a desestatização do Porto de Santos trará investimento para a região.
“Eu já vi uma colocação sua dizendo que você é contra a desestatização do Porto, e eu queria entender porque será que essa desestatização está em perigo com o governo Lula”, questionou. Haddad disse não ser contra a privatização, mas ponderou que o desejo de Tarcísio é privatizar a autoridade portuária. “Quero que você me dê um exemplo no mundo onde a privatização da autoridade portuária deu certo”, disse o petista.
Haddad também criticou a falta de posição clara do ex-ministro da Infraestrutura contra a privatização da Sabesp. “Eu acho que você vai privatizar porque você já falou que ia privatizar, aí você falou que não ia, voltou atrás, aí você voltou a falar que está pensado, mas a gente não sabe o que você quer fazer com o maior patrimônio estatal paulista”, disse.
O petista ainda disse que a entrega da empresa ao capital privado iria provocar a alta no valor da conta de água, assim como a “privatização mal feita” do setor de energia elétrica nos anos 1990 fez com a conta de luz.
Tarcísio, em resposta, comparou a privatização da Sabesp a da Eletrobras, e disse ser possível reduzir a conta de água ao trazer verba privada para a estatal, voltando a elogiar o governo Bolsonaro. O ex-ministro também afirmou que, caso eleito, seu governo será de “continuidade do que é bom e dar velocidade do que está faltando”, afirmou.
Expostas as promessas de Tarcísio, Haddad se disse descrente em relação à realização dos projetos citados pelo adversário. Segundo ele, é preciso se reapropriar do orçamento. “Eu acho que, por melhor que sejam suas intenções, você não vai conseguir tirá-las do papel simplesmente porque elas não estão no orçamento federal nem estadual. Não há diálogo entre os dois orçamentos”, declarou.