Tatuagem do bem: projeto pode salvar vidas

06/08/2017 08:50

É comum que as pessoas que têm diabetes carreguem  algum tipo de acessório que identifique que têm a doença. Pode ser um colar, uma pulseira, um cartão de identificação, ou até mesmo uma tatuagem, porque não? Quando acontece uma emergência é importante ter visível, alguma informação que ajude nos primeiros atendimentos. Pensando em ajudar as pessoas que têm diabetes e ou as que possuem alergias a medicamentos, os tatuadores João Caldara e Wiliam de Morais começaram o projeto Tattoo do Bem, que une a arte da tatuagem com a informação, que pode ajudar a salvar vidas.

“Em 2015 eu tive uma crise de hipoglicemia na rua, e notei a dificuldade das pessoas para me ajudarem, porque eu não tinha nenhuma informação visível que indicasse porque eu estava passando mal. Normalmente, as pessoas que têm diabetes andam com um cartão de identificação, na carteira ou na bolsa, mas percebi que ninguém abre a bolsa das pessoas para procurar”. Foi por causa desse susto que a bacharel em direito, Amanda Benvenuti resolveu registrar na pele que tem diabetes tipo 1. 

João Caldara conta que no começo deste ano Amanda entrou em contato com ele para fazer uma tatuagem que indicasse que ela tem diabetes, mas que tivesse um diferencial. “Quando Amanda me procurou para fazer a tatuagem, eu fiz várias pesquisas para ver se encontrava mais ou menos o que ela queria. Foi aí que despertou a ideia de fazer um projeto que pudesse ajudar as pessoas que têm diabetes ou alguma outra patologia, através das tatuagens”. 

No projeto, os tatuadores fazem tatuagens a custo zero, como uma forma de alerta para as pessoas que sofrem de diabetes, ou tenham alguma patologia, cirurgia, alergia a medicamentos ou implante de grande importância. O objetivo é tatuar um alerta, que pode evitar uma confusão de diagnósticos em casos de acidentes ou algum outro caso clínico em que o paciente não possa falar por si mesmo, assim, facilitando o socorro. 

“Em troca das tatuagens nós vamos recolher itens para lanches, como pão, suco, café, achocolatado, e também kits de higiene, agasalhos e cobertores para os moradores de rua. Após a primeira ação, nós vamos sair nas ruas à noite para distribuir as doações. É uma troca, nós vamos fazer o bem e as pessoas, assim, contribuem para fazer o bem para mais pessoas”, explicou, João. 

Como participar do projeto

Qualquer pessoa que tiver diabetes, ou alguma doença que tenha a necessidade de ter uma identificação sobre a doença, ou alguma alergia a medicamentos, ou outra alergia que tenha a necessidade do alerta pode participar. Os interessados devem ser maiores de 18 anos.

“O ideal é que todos os interessados peçam uma orientação médica antes de fazer a tatuagem. A diabete, por exemplo, tem que estar controlada. Se o médico liberar, nós fazemos. Os cuidados, tanto antes quanto após a tatuagem, são os mesmos para qualquer pessoa. E nós aqui indicamos os cuidados que as pessoas devem ter durante a cicatrização”, explicou, o tatuador Wiliam. 

As doações serão recebidas no dia da ação. Mas vale lembrar que quem não quiser tatuar e possa colaborar com as doações, basta procurar o estudo, em qualquer dia da semana.

Para participar o interessado deve enviar um e-mail para outlawstattoo10@gmail.com com as informações: foto ou ideia da tattoo do bem, telefone, tamanho e local que deseja tatuar. Os primeiros que entrarem em contato serão agendados. A ação vai acontecer no dia 28 de agosto, de 9h30 às 18h. O Estúdio Outlaws Tattoos fica na Rua Ana Elisabeth Weber, 119, Praça Pasteur.


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